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Fantasma das cuecas rotas

“A história é a verdade que se deforma, a lenda é a falsidade que se encarna.”
Jean Cocteau

Quem nunca saiu da sua infância traumatizado com a história do fantasma das cuecas rotas, não teve infância. Ainda hoje tenho medo do escuro por causa dessas histórias. Mas, pelos vistos nem todos os fantasmas são almas penadas de cuecas rotas que fazem de tudo para às 3h da madrugada nos roubar as cuecas da gaveta.  

Conta a lenda, que na estação de comboios de S.Bento, na cidade do Porto, percorre nos corredores um fantasma doce e bem educado. Esta magnífica estação, da qual os tripeiros orgulhosamente se gabam, é palco de uma lenda que pouca gente conhece. 

Para a estação ter sido construída, parte do convento de S.Bento de ave-maria teve de ser demolido, as obras foram avante mesmo assim e no dia 5 de outubro de 1916 a estação fora inaugurada. 

Toda a estação é  decorada com lindos painéis de azulejos portugueses, que retratam a vida campestre, contam parte da história de Portugal e dos costumes na época, foi um belo trabalho concebido pelo artista plástico Jorge Colaço. 

Em 1834, houve um decreto que encerrou todas as ordens religiosas, o que fez com que os conventos e mosteiros e quem lá vivia sofresse as consequências. Mas, o mesmo decreto protegia os conventos que eram habitados só por mulheres, fazendo que estes só fechassem portas com a morte da última freira residente. No caso deste convento, as freiras eram rijas e a última senhora só teria falecido 50 anos após o decreto. Como referido atrás, a última freira a morrer devia ser daquelas mulheres rijas do campo, com bigode e pêlo no peito e dizem os populares, que mesmo depois de morta, a irmã permanece na estação de S. Bento a fazer barulhos e coisas esquisitas nos corredores. 

Na minha opinião, podiam-lhe dar alguma coisa de útil para fazer, por exemplo: expulsar os drogados, acordar os passageiros que adormecem na sala de espera para não perderem o comboio, fazer visitas guinadas nos azulejos, fazer de pica… sei lá, fazer alguma coisa útil! 

Deixo-vos a receita de rabanadas, que o sistema nervoso dá-me para comer doces! 

E, deixo-vos um conselho, tenham medo dos vivos porque os mortos já não fazem nem mal nem bem. 

Rabanadas

Ingredientes:

8 fatias de pão cacete ou pão forma com 3 dias (com 2 cm de espessura)

3 Ovos

600 ml de leite gordo

3 cascas de limão

100 gr de açúcar

1 pau de canela

Óleo para fritar

Canela em pó para polvilhar

Para a calda:

250 g de açúcar

1 cálice de vinho do porto

150 ml de água

1 pau de canela

1 casca de laranja

Preparo:

  1. Leve ao lume metade do leite com o pau de canela, as casca de limão e o açúcar e deixe ferver durante 10 minutos, em lume médio. Junte depois o restante leite e rejeite o pau de canela e as cascas de limão.
  2. Passe as fatias de pão pelo leite anterior e depois pelos ovos batidos. Frite-as em óleo quente, de ambos os lados, até ficarem douradas. Escorra, polvilhe com canela e reserve.
  3. Leve ao lume um tacho com todos os ingredientes indicados para a calda e deixe ferver durante 3 minutos. Regue as rabanadas com esta calda, deixe arrefecer e sirva.

Dévora Cortinhal

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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