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Escola Náutica portuguesa celebra 99 anos

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A Escola Superior Náutica Infante D. Henrique celebra esta semana o seu 99.º aniversário, mas já está a preparar as comemorações do centenário com a modernização da formação e a captação de mais alunos na mira.

Fundada em 1924, a escola continua a ser hoje a única instituição de ensino superior vocacionada para a formação de Oficiais da Marinha Mercante e quadros superiores do setor Marítimo-Portuário.

É das poucas coisas que nunca mudaram em quase um século de história, contou à Lusa o presidente da instituição, recordando, por exemplo, que em 1924 a escola “estava na dependência da Marinha de Guerra” e foi apenas há cerca de 50 anos, quando foram inauguradas as atuais instalações em Paço de Arcos, Oeiras, que começou a autonomizar-se.

“A partir dessa altura, houve também outras necessidades identificadas no setor marítimo-portuário e alargámos um bocadinho o âmbito de atuação da escola, nomeadamente no âmbito da gestão dos transportes e logística e da gestão portuária”, contou Vítor Franco.

Mas, numa altura em que começa já a pensar nas comemorações do centenário, o presidente da escola olha sobretudo para o futuro, com o compromisso de manter o esforço de modernização da formação.

Depois de ter inaugurado, no ano passado, dois simuladores de navegação e de máquinas marítimas, a Escola Superior Náutica Infante D. Henrique (ENIDH) conta inaugurar no final do próximo ano um novo Centro Internacional de Segurança Marítima.

“Vai permitir que a escola disponha do mais moderno que há para que os alunos possam fazer treino em condições muito próximas das reais, em termos de salvamento, abandono do navio, treino em espaços confinados ou situações de combate a incêndios”, referiu.

“Nós já temos alguns meios desses, mas vamos ter meios muito mais sofisticados, mais modernos e muito mais próximos do comportamento real”, explicou Vítor Franco, adiantando que estão também em curso outros projetos de modernização dos equipamentos laboratoriais e de implementação de medidas para aumentar a sustentabilidade do ‘campus’.

A modernização fez-se também nos conteúdos curriculares e foi por isso que, há dois anos, foi criada a recente licenciatura em Engenharia Informática e Computadores, respondendo à cada vez maior digitalização dos navios e do transporte marítimo.

Atualmente com mais de 900 alunos, a escola disponibiliza seis licenciaturas, dois mestrados e oito curros técnicos superiores profissionais. Este ano, o número de estudantes cresceu cerca de 16% e na maioria licenciaturas foram preenchidas todas as vagas logo na primeira fase do concurso nacional de acesso.

“Fizemos uma aposta muito forte na divulgação da escola, mas achamos que é preciso mais”, contou Vítor Franco, adiantando que essa é também uma das apostas durante o próximo ano, divulgando junto dos alunos do secundário as saídas profissionais dos vários cursos.

“Para que percebam qual é o trabalho e explicar-lhes, por outro lado, que não é uma decisão para a vida inteira, porque o tempo de vida no mar é de entre 10 e 15 anos, mas há imensa procura para outras profissões em terra depois de uma experiência marítima, que é muito enriquecedora”, sustentou.

Para as comemorações do centenário, a ENIDH tem também prevista a realização de duas conferências internacionais que, diz o presidente, “vão ajudar a escola a traçar a sua estratégia para o futuro, percebendo quais são as necessidades e tendências do futuro do transporte marítimo.”

Uma dessas tendências já está a ser antecipada e tem a ver com a transição energética. “Exigem-se técnicos cada vez mais especializados, não só na vertente da digitalização, mas também da sustentabilidade do transporte”, referiu.

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