Imaginei a transformação através das palavras.
Pretendi entender a linguagem dos poetas desenhando os dias na ponta dos dedos.
Quis da vida a simplicidade dos gestos.
Aprendi a escrever o mundo com a matéria viva. A experiência humana.
A desenhar silêncios nos versos do poema.
A desejar ver o lado mais belo da humanidade.
Li nos livros antigos os ensinamentos ancestrais. Consultei os deuses e os oráculos das divindades pagãs.
Aprendi a ler na palma das mãos a semântica do destino.
Forcei a direção, alterei todas as rotas.
Por vezes, os momentos de plenitude eram tão escassos.
E por isso, sabia- os fugazes, intensos, verdadeiros.
E só isso me bastava para entender os desígnios do destino.
São Gonçalves