Dá-me a tua voz
Nos espaços de silêncio
Em que te imploro
Mortificada e sincera
Por uma carícia de luz
Dá-me a tua voz
Sou toda e só ouvidos
Esquiva de prazeres
Absorta nesta solidão
Ruidosa e impertinente
Se me deres a tua voz
Talvez escute o sussurro do vento
O trinado dos rouxinóis
E talvez
O soalho se canse de ranger na escuridão
E a coruja deixe de pousar o seu carpir na imensidão da noite
…
Paula Sá Carvalho
Novembro 2022
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