– Papá, porque é que o menino montou uma águia par ir apanhar a Lua?
– O menino da historinha que eu agora te contei?
– Sim, porquê uma águia?
– Penso que ele escolheu uma águia porque é uma ave muito grande que voa muito alto.
– Ah… – ficou pensativo, mas não parecia satisfeito da minha resposta.
– Porquê? Tu como fazias?
(Depois de pensar um pouco) – Eu ia num foguetão!
– Num foguetão?
– Sim, num foguetão e com um gancho apanhava a Lua. E tu vinhas comigo, papá!
– Eu? Porquê?
– Oh, então, porque eu sou muito pequenino para conduzir um foguetão.
– Mas porquê um foguetão?
– Porque um foguetão é para ir até à Lua e até aos outros planetas.
– E de avião, não podemos ir até à Lua e aos outros planetas?
– Não, o avião é para voar aqui, para ir até o Portugal, para as férias.
– Ah, e o foguetão é para ir até aos outros planetas, é isso?
– Sim! Tu não sabes isso?
– Sim, tens razão, sei. E até que planetas dá para ir de foguetão?
– Hum… até Vénus e Mars e Jupiter e Saturno.
– Marte!
– Sim, Marte!
– E há mais planetas?
– Hum, sim, há aquele mais perto do Sol, mas não me lembro o nome…
– Mercúrio?
– Sim, Mercury!
– Mercúrio!
– Ah, sim, Mercúrio! E depois vem Vénus e depois vem aqui a Terra, mas aqui não precisamos de foguetão. Depois vem Marte e Júpiter e…
– E há outros planetas que tu conheces?
– Há mais dois muito longe, mas estão muito longe e nunca não me lembro do nomes deles… (mostrando-se cansado).
– Esses planetas, que estão mais longe, chamam-se Urano e Neptuno.
– Ah, sim, é isso, têm nomes difíceis. Hum…papá, quantos ganchos são precisos para apanhar a Lua?
– Oh, meu filho, de ganchos o pai percebe pouco… – e contive um riso.
– Ou então, tinha que ser um gancho muito muito grande.
– Sim, tinha que ser um gancho muito grande. Vá, agora dorme, já é tarde.
Mais satisfeito com as minhas repostas, o aprendiz caçador de luas adormeceu finalmente mais tranquilo.
JLC13062019