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Conselho das Comunidades Portuguesas apela a maior solidariedade com migrantes

O Conselho Regional da Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas (CRE-CCP) apelou esta quinta-feira a “uma maior solidariedade com as populações refugiadas ou migrantes” e manifestou “preocupação com o atual crescimento das ideias de extrema-direita, xenofobia e racismo”.

A presidente do CRE-CPP, Luísa Semedo, instou “a uma solidariedade global para com os refugiados e os migrantes e a uma resistência, sem falhas, a este movimento de intolerância em pleno crescimento”.

“Repudiamos com veemência todas as ações antirrefugiados ou anti migrantes, nomeadamente os recentes acontecimentos de separação das crianças dos pais na fronteira dos Estados Unidos com o México, a recusa de acolhimento do navio de resgate Aquarius, da ONG SOS Méditerrannée, ou o da Lifeline por parte de vários países europeus ou ainda os censos discriminatórios com vista a expulsar a população cigana em Itália”, notou, em comunicado veiculado pelo CRE-CCP.

Dirigindo-se à comunidade de emigrantes portugueses e lusodescendentes, Luísa Semedo aludiu ao “passado recente de exílio e clandestinidade devido ao regime ditatorial de inspiração fascista de Salazar” e sublinhou que esse facto forçou à emigração “em consequência de condições económicas indignas”.

“Não esquecemos o nosso passado e identificamo-nos com todos aqueles que fogem da miséria, das alterações climáticas, de regimes totalitários e discriminatórios (xenófobos, racistas, misóginos e homofóbicos) ou da guerra”, frisou Luísa Semedo.

A conselheira preconizou “uma liderança política clara e corajosa que responda, de forma sustentada, às verdadeiras causas do descontentamento de setores da sociedade mais ou menos vulneráveis e apoiantes dos elementos populistas: maior investimento e exigência na educação; apoio a uma economia justa e dinâmica, criadora de emprego; promoção da mobilidade social e combate às desigualdades”.

A presidente do Conselho Regional da Europa do Conselho das Comunidades Portuguesas acentuou à agência Lusa que o comunicado teve o objetivo de vincar uma posição e também “acordar essas pessoas” que possam ter esquecido que “são portugueses, que já viveram e passaram por estas situações e têm até alguma empatia por estas populações” de refugiados e migrantes.

O objetivo o CRE-CCP é evitar “mensagens contrárias”, porque, observou, “os refugiados e os migrantes são o bode expiatório para tudo, neste momento”.

A divulgação do comunicado, em paralelo com a inserção do documento na página da CRE-CPP e em change.org (a maior plataforma de abaixo-assinados do mundo), “é para contrariar essa avalancha de ‘fake news’ e de mensagens hostis aos migrantes e refugiados”.

“A difusão de ideias pode também depois levar as pessoas a agir”, enfatizou Luísa Semedo, vincando preocupação pela propagação das ideias e a retórica da extrema-direita na Europa e nos Estados Unidos e com Governos “se índole inspiração ultraconservadora, nacionalista e fascista” em países como Itália, Hungria, Áustria, Finlândia, Bulgária, Eslováquia, Bélgica ou Polónia.

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