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Conselheiros no Reino Unido afirmam que fim da quarentena vem tarde

Já recebi alguns telefonemas de pessoas a perguntar se podem ou não acreditar. Como os bilhetes [de avião] não estão muito caros, acham que ainda vale a pena lá ir passar 15 dias”, disse à agência Lusa o conselheiro António Cunha, residente em Londres. O regresso dentro de duas semanas é determinado pelo início do ano escolar em Inglaterra, previsto para o início de setembro

António Cunha disse ainda que outros compatriotas que conhece que viajaram para Portugal de automóvel estavam a contar regressar duas semanas mais cedo e agora “vão ficar o mês inteiro”.

No entanto, o facto de Portugal ter ficado de fora dos destinos seguros identificados pelo Governo britânico levou a que algumas pessoas tenham desistido e feito férias no Reino Unido.

“Alguns são motoristas de transportes públicos e já não vão. Não foram devido à quarentena e não queriam perder o trabalho. Outros esperaram e vão comprar bilhetes para ir duas semanas. Alguns pessoas que me ligaram estão mesmo entusiasmadas”, contou.

No País de Gales, os emigrantes portugueses também falam do risco que continua a existir de infeção, embora alguns considerem que a decisão chegou “mesmo a tempo”.

Mesmo assim, a conselheira Iolanda Banu Viegas, acredita “que já seja um pouco tarde demais para férias porque as escolas vão abrir no início de setembro“.

Na Escócia, a situação é diferente, disse o conselheiro Sérgio Tavares, e embora a entrada de Portugal para a lista dos ‘corredores de viagem’ seja “boa notícia”, ela chega “demasiado tarde” para muitos.

“Especialmente para quem tem filhos na escola, vai ser praticamente impossível ainda ir a Portugal de férias. Outros, dada a incerteza, terão dificuldade em planear uma viagem a curto prazo”, explicou.

O ano letivo na Escócia arranca mais cedo, tendo as aulas recomeçado em algumas escolas em 11 de agosto.

Por outro lado, acrescentou Tavares, a ameaça de uma crise económica está a levar muitos emigrantes a “reduzir despesas e a preparar-se para o que aí vem, por isso vão ficar por casa”, pelo que receia que a decisão do Governo britânico “vai acabar por ter um efeito residual para o Verão em Portugal”.

O Governo britânico anunciou na quinta-feira que Portugal vai ser adicionado à lista de corredores de viagem, na sequência da revisão semanal dos dados efetuada pelo Centro Comum de Biossegurança.

A medida tem efeito a partir das 04:00 de sábado, pelo que os passageiros que viajem de Portugal para o Reino Unido não vão precisar de ficar duas semanas em quarentena em casa, mas os que cheguem antes da data terão de cumprir na mesma os 14 dias de auto-isolamento.

Todas as pessoas que viajem do estrangeiro para o Reino Unido vão continuar a estar obrigadas a preencher um formulário com informações pessoais e contactos para efeitos de rastreamento.

Pelo contrário, Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista a partir da madrugada de sábado devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.

“Como acontece com todos os países com corredores aéreos, esteja ciente de que as coisas podem mudar rapidamente. Viaje apenas se estiver satisfeito com a quarentena inesperada de 14 dias, se necessário”, avisou o ministro dos Transportes, Grant Shapps, falando por experiência própria, pois teve de ficar 14 dias em isolamento ao voltar de férias em Espanha.

Além de ser residência de cerca de 400 mil portugueses, o Reino Unido é também o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado cerca de 20% do total em 2019.

Portugal junta-se assim a um grupo reduzido de países que foram adicionados à lista de ‘corredores de viagem’ com o Reino Unido desde meados de julho, que incluem a Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Granadinas, Brunei e Malásia.

O Reino Unido registou até quinta-feira 41.403 mortes, o número mais alto na Europa e o terceiro maior no mundo atrás dos Estados Unidos da América e Brasil.

 

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