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Consagração

És raio de sol
que atravessou o meu caminho
luz que iluminou a minha vida
detive-me e disfrutei
do teu calor no meu rosto e no meu peito
és clarão na noite escura, na minha noite
como a gota de chuva se enche de amor
antes de se lançar dos céus
para dar vida a um torrão de terra
és a fragrância fresca nas minhas manhãs
legado delicado e diafano
como um sopro de vida que me acorda
como pode um raio de luz ter-se extraviado
e agora encontrar-me?

Como pode o teu abraço ser o meu arpejo
como pode o teu olhar entender-me assim
como podem os teus lábios terem o desenho do meu beijo
como posso ter tanta sede de ti
e Deus, como tenho sede.

E tu, que devias ser água, és oceano
devias ser luz, mas és sol
devias ser calor, mas és fogo
devias ser só sexo, mas és amor
devias ser gozo, mas és êxtase
devias ser grito, mas és libertação
devias ser mito, mas és fé
devias ser salto, mas és voo
devias ser tontura, mas és queda
devias ser vertigem, mas és viagem
devias ser o universo todo
e és
e somos.

Como podem os nossos sonhos e as nossas almas
se terem misturado no infinito
há tantos séculos atrás e os nossos corpos
somente agora no tempo finito deste delito?

 

José Luís Correia

(Foto: Creative Commons Zero – CC0)

 

 

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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