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Como vão ser as vossas férias?

Eu sei que muitos não terão férias neste período de Verão pelas mais diversas razões, algumas delas bastante danadas e imerecida mas só espero que daqui a uns meses ou para o ano, esteja tudo resolvido.
Uma dos aspectos que esta pandemia me trouxe, foi a maior preocupação com familiares e amigos. que antes eu pensava que estava tudo bem com eles e agora tenho dúvidas nalguns casos.
Curiosamente, este afastamento social que todos sofremos, levou-nos a dar mais valor a beijo, a um abraço, a um almoço em família a uma jantarada com os amigos sem pensarmos em limites máximos.
Eu, para as alterações profissionais que resolvi fazer, tive um AVC pelo meio. Saí dele relativamente incólume embora a situação tenha sido complicada apesar de eu não saber o risco, inclusivamente de vida, que corria. Aprendi muito com o processo e muitos aspectos ficarão na minha memória para sempre agora que está a terminar a recuperação. Aprendi o valor de um riso quando alguém perdeu a capacidade de rir, compreendi o quanto a dificuldade de expressão oral afecta a auto-estima, a incapacidade de sermos independentes fisicamente nos condiciona, muitas vezes num movimento que antes era comum e fácil. A sensação de nos sentimos como um “desgraçadinho, aleijadinho e coitadinho”. Tomar a noção da fiabilidade do corpo, do cérebro e da alma, da evidente mortalidade. E depois o ultrapassar de obstáculos, alguns deles ridículos, como por exemplo, limpar o rabo ou enfiar uma cotonete no ouvido para limpar a cera.
Recuperado, acho que mereço umas férias tranquilas, quer haja praia disponível ou não. Boa férias a todos e boas leituras, de preferência lendo os livros que escrevi ou outros de autores portugueses.
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