O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela proclamou esta segunda-feira, oficialmente, como Presidente Nicolás Maduro, após ter anunciado no domingo à noite que o líder chavista, no poder desde 2013, venceu as eleições, resultado rejeitado pela oposição.
Durante a cerimónia de proclamação em Caracas, capital do país, o presidente do CNE, Elvis Amoroso, afirmou que “a eleição presidencial decorreu num clima de respeito, paz e participação democrática”.
Isto, ressalvou o representante, “embora alguns tenham tentado gerar violência” e de “muitos ataques” ao sistema eleitoral, que não especificou.
Apesar de tudo, disse, com a “capacidade técnica, moral e ética” da CNE, “todos os obstáculos foram ultrapassados”.
Amoroso insistiu que Maduro obteve a maioria dos votos válidos nas eleições presidenciais, “sendo eleito por um período de mais seis anos”.
O mandato terá início oficialmente em 10 de janeiro de 2025, data marcada para a tomada de posse.
Acrescentou que o Presidente foi eleito “por vontade do povo soberano”, pelo que a sua proclamação é feita de acordo “com as disposições constitucionais e legais que regem os processos eleitorais”.
Após a cerimónia, Elvis Amoroso agradeceu às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) e às forças de segurança do Estado “por garantirem, com sucesso, a segurança e a paz antes, durante e depois do processo eleitoral”.
Expressou também o seu “especial reconhecimento e gratidão” a todas as missões de observação internacionais e nacionais que acompanharam o processo eleitoral.
Nas eleições de domingo, Maduro enfrentou o candidato maioritário da oposição, Edmundo González Urrutia, e outros oito candidatos.
Nicolás Maduro reagiu de imediato ao ato de proclamação do CNE, realçando que alcançou a proeza de ter derrotado “o fascismo” nas eleições de domingo.
“Derrotar o fascismo, os demónios, as demónias, é um feito histórico e o nosso povo conseguiu, o nosso povo conseguiu de novo”, sublinhou o líder chavista depois de receber das mãos do presidente do CNE, Elvis Amoroso, a credencial simbólica que lhe permitirá governar o país até 2031.
No domingo à noite, o CNE anunciou que o Presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos com 51,20% dos votos.
Maduro obteve 5,15 milhões de votos, à frente do candidato da oposição Edmundo Gonzalez Urrutia, que obteve pouco menos de 4,5 milhões de votos (44,2%), de acordo com os números oficiais anunciados.
Vários países já felicitaram Maduro pela vitória, como Rússia, Nicarágua, Cuba, China e Irão, mas outros Estados da comunidade internacional, e reconhecidos como democráticos, demonstraram grande preocupação com a transparência das eleições na Venezuela.
Foi o caso de Portugal, Espanha ou Estados Unidos.
Nove países latino-americanos – Argentina, Costa Rica, Equador, Guatemala, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai – pediram hoje uma “revisão completa” dos resultados eleitorais na Venezuela, país que conta com uma significativa comunidade de portugueses e de lusodescendentes.