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Centenário do PCP

O PCP – Partido Comunista Português é feito de gente que deu tudo pelo que acreditava. De gente simples, de gente séria, de gente para quem só há uma palavra e um objectivo final: uma Terra sem amos, a Internacional. De gente que se ergueu da noite, clandestino, para que à luz do dia pudesse haver a felicidade.

Herdeiro da escola Marxista-Leninista recusou sempre abandonar a matriz que o forjou para poder agradar aos outros. Fiel a si próprio, é como é e não como os outros gostariam que fosse. Sobreviveu aos 48 anos da longa noite fascista, quando tudo parecia definhar. Sobreviveu ao desmembramento da União Soviética, quando todos vaticinavam a sua morte.

Anacrónico, dizem alguns. Os mesmo que, regra geral, não são nem de direita nem de esquerda esquecendo a origem desta divisão axial quando a 11 de Setembro de 1789 a Assembleia Nacional francesa se divide entre aqueles que defendiam o status quo (à direita) e os que defendiam o progresso social (à esquerda).

Iliberal, dizem outros. Os mesmo que se outorgam liberais, que o Estado deve é deixar-se de fora dos assuntos privados, incluindo, e acima de tudo, a propriedade privada. Os mesmo que clamam ser livres, independentemente de poderem exercer essa liberdade ou não. Ser livre para comprar ou de facto conseguir comprar um Ferrari não é a mesma coisa.

Inconsequente, dizem ainda outros. Os mesmos que gozam férias pagas, têm acesso a um serviço nacional de saúde, a educação gratuita para os seus filhos. Esquecendo que foram os comunistas, por acção de pressão directa sobre os governos, ou pelo medo que estes tinham deles, que lhes conquistaram todos esses direitos.

Retrogrado, ouve-se também. Dos mesmos que, murro no peito, lutam contra o racismo, ou contra o patriarcado, ou contra a opressão da liberdade sexual, ou contra toda e qualquer causa identitária que consigam encontrar… mas só uma de cada vez, como se os problemas do mundo se resolvessem com essa conquista parcial. Lutar pelo fim da discriminação de pessoas de outra etnia não acabará com a opressão, permitirá tão só que esses agora só oprimidos possam também ter a sua quota parte na classe dos opressores.

O Partido Comunista Português foi, o Partido Comunista Português é a maior e melhor escola que tive na minha, nem longa nem curta, vida. Escola de política, de economia, de filosofia, de análise, de solidariedade. Com o Partido Comunista Português me iniciei no método materialista dialéctico, que me guia a análise do mundo que me rodeia. Método que só tenho reforçado à medida que me mergulho mais e mais fundo na filosofia, “arte” que escolhi estudar.

Avante Camarada! Venham os próximos 100!

Mário Lobo

 

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