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Cavaco Silva: marcar o ponto

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Cavaco Silva apresentou em 15 de Setembro o seu último livro que titula “O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar”. O livro é notoriamente para dar conta da sua existência, coisa que procura fazer com frequência, incluindo textos nos jornais, sempre com muito azedume e bafio para falar de si e do seu ego. Sempre que aparece dispara em várias direcções mesmo que não seja especialmente útil. Aliás, Cavaco Silva não faz as coisas por pouco: “Das pessoas vivas, eu sou um caso único”, disse no contexto da apresentação do livro. 

Se há algo que Cavaco Silva tem para ensinar aos Primeiros-Ministros, mas que não escreveu no seu livro, é sobre cargas policiais (quem não lembra a celebre “secos e molhados” em que pôs polícias contra polícias), escândalos financeiros (lembro as suas recomendações e a peculiar transação das acções no caso BPN) e, outro exemplo, o veto da candidatura ao Prémio Literário Europeu do livro “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” de José Saramago, Prémio Nobel, ou não tivesse Cavaco Silva sido “informador da PIDE”. 

O lançamento de “O Primeiro-Ministro e a Arte de Governar”, alinhou pela agenda política do PSD, desde logo porque foi apresentado na rentrée e com a presença de muitos ilustres e ilustrados do Partido, Luís Montenegro incluído, que prometeu ler o livro “com muito interesse” porque “acredita que vai ser Primeiro-Ministro”. Depois das eleições na Madeira penso Montenegro deve ler ainda com mais interesse, porque, como diz Alberto João Jardim, um varão do PSD, “está a demonstrar ser muito caloiro”.

Na apresentação do livro estiveram muitos ilustres, o que lembra a orfandade de um líder, razão pela qual convocam Cavaco Silva e a eterna orfandade de Sá Carneiro, coisa que o PSD não tem necessidade porque, como digo várias vezes, tem muitos e bons quadros. Olhe em frente!

No livro, Cavaco Silva é todo ele recados para o Primeiro-Ministro António Costa, apesar de haver tido o cuidado bem deliberado de dizer que o acabou de escrever em Janeiro último e por isso no que toca à presente governação, o que escreve no livro “vale zero”.

Mário Adão Magalhães

2023/09/27

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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