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Caso Jack Teixeira: comunidade portuguesa apanhada de surpresa

Portugueses a viver na região de Nova Inglaterra, nos Estados Unidos da América (EUA), relataram à Lusa que foram apanhados de surpresa pelo caso de Jack Teixeira, detido por suspeita de divulgação de documentos militares confidenciais, mas negaram preocupação.

Um fotografo português que reside nas proximidades de North Dighton – onde residia Jack Teixeira – e que preferiu falar com a Lusa na condição de anonimato, disse que rapidamente associou o apelido “Teixeira” a origens portuguesas e que isso gerou alguma surpresa, mas advogou que a comunidade não ficou preocupada com esse fator.

“Certamente que será um jovem lusodescendente de segunda ou terceira geração e já não terá muito vínculo com Portugal”, disse.

Uma outra portuguesa que preferiu não se identificar avaliou que se Jack Teixeira estivesse envolvido na comunidade portuguesa, participando em clubes ou eventos sociais portugueses, talvez a preocupação fosse maior. 

Contudo, e tendo em conta a possibilidade de ele ser um lusodescendente de segunda ou terceira geração, “muitos dos costumes e das ligações à língua portuguesa podem já ter sido perdidos”, observou.

A mãe de Jack Teixeira, Dawn, que administra uma floricultura junto à residência onde moram, em North Dighton, já se divorciou do pai do jovem suspeito, segundo a imprensa norte-americana.

“Parece que os pais de Jack separaram-se quando ele era muito jovem. Se ele crescesse com um padrasto que não fosse português, isso tornaria ainda menor a sua ligação à comunidade portuguesa. Atendendo ao nome do padrasto, Tom Dufault, essa poderia ser uma possibilidade”, acrescentou a portuguesa.

Desde a detenção do seu filho, um membro da Guarda Aérea Nacional do Massachusetts de 21 anos, suspeito de divulgação de documentos militares confidenciais, várias pessoas têm ido à página de Facebook do negócio de flores para fazer comentários negativos em relação a este caso.

A Lusa verificou junto à casa da família de Jack Teixeira que o negócio se encontra fechado neste momento. 

Várias pessoas foram passando pela residência desta família – numa área florestal – ao longo do dia de hoje, para tirar fotografias ou para fazer alguns comentários acerca de toda a situação.

“Tenho muita pena desta família, destes pais, que se veem agora envolvidos neste caso. Numa pensamos que algo deste género aconteceria nesta cidade tão calma”, disse uma moradora de North Dighton que passava de carro junto com o marido e que parou para falar com os jornalistas no local.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas afirmou hoje que os serviços consulares de Portugal não têm registo de Jack Teixeira, lusodescendente e membro da Guarda Aérea Nacional do Massachusetts, detido por suspeita de divulgação de documentos militares confidenciais.

“Essa é uma situação que obviamente nós temos estado a acompanhar. A verdade é que essa pessoa, e as notícias têm vindo a público, nós não temos nos nossos registos consulares ninguém com o nome de Jack Teixeira, não temos. Isto é factual, portanto, não está registado como cidadão português com esse nome”, afirmou Paulo Cafôfo, questionado pela Lusa à margem da visita que está a realizar à ilha cabo-verdiana de São Vicente.

Jack Teixeira, de 21 anos, é suspeito de divulgar documentos altamente classificados com implicações internacionais, onde são mencionadas ações de espionagem dos Estados Unidos da América a aliados e a inimigos e dados sensíveis de serviços secretos militares sobre a guerra na Ucrânia.

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