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Carlota Joaquina, a rainha do forrobodó 

“Se a vida te der um limão… faz uma limonada, uma caipirinha enfim… faz o que quiseres, só não o espremas nas feridas abertas”
Dévora Cortinhal 

A protagonista da realeza da história desta vez é D. Carlota Joaquina, rainha de Portugal, casada com D. João VI. 

De nome Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbon y Bourbon, nasceu em 1775, no dia 25 de abril. 

Era uma rebelde, uma mulher dada aos prazeres da vida, assim como muitos reis da coroa portuguesa eram. Por causa do seu estilo de vida libertino o povo não ia à baila com ela, mas por causa também das intrigas políticas que causava na corte e na vida do Rei, pois por ser espanhola puxava sempre a sardinha a favor da coroa de Espanha. 

O ponto que eu quero tocar é mais sobre a língua do povo, que não gostava da rainha por ela ter ganho fama de ninfomaníaca e borrachona.

É a lenga lenga do costume: se fosse o Rei a ter casos extraconjugais era porque era um homem de necessidades, era um machão, um pobre carne fraca tentado pelos seus fracos desejos carnais, uma vitima do pecado coitadinho! Mas, como era a rainha a meter-se com marqueses e cocheiros, era uma rameira, uma mulher devassa filha do próprio demónio!

Se o Rei gostava de beber e comer até enfartar, é porque era um homem de sustento, uma vitima do pecado da gula. Mas, neste caso era a rainha uma perversa gulotona que bebia mais do que comia, embriagada prostituta!

O pior é que já desde do século XVIII, estes comentários depreciativos contra as mulheres, a maior parte das vezes é feito por mulheres sobre mulheres. Os homens não perdem o seu tempo a olhar para essas coisas. Eu não estou a dizer com isto que o modo de vida perverso, adultero e devasso seja correto, mas, que se é feio para uma mulher ter esse estilo de vida é igualmente feio para um homem. E agora para as mulheres: quando é que vamos deixar de ser umas ‘cabras’ umas para as outras? 

Eu levanto o meu copo à Carlota Joaquina porque através do seu estilo de vida, que ela teve o direito de escolher, ela inventou a caipirinha. Para matar a sede, mandou misturar água ardente de cana com açúcar e limão.

Sim senhora, palmas para esta senhora, valeu a pena a sua sede. E a nobre pessoa consumia dois litros desta mistura diariamente.

Por algum motivo esta senhora nasceu no dia 25 de Abril, viva a liberdade, e deixem-se de pieguices!

E para as mulheres, em vez de serem más uma para as outras, sentem-se à mesa e bebam caipirinha, que o álcool cura todas as feridas! Só não aconselho a beberem todos os dias dois litros; é que o álcool faz rugas e a Carlota só durou até os 54 anos. Bebam, mas com moderação.

Sejam felizes! 

Receita de caipirinha

1 lima

2 colheres de açúcar amarelo

Gelo picado 

Água ardente de cana

Confecção 

Pegue o limão coloque-o na horizontal e retire as duas pontas, vire-o na vertical e corte-o ao meio, retire os meios brancos do limão e fatie.

Coloque o limão fatiado e duas colheres bem cheias de açúcar amarelo dentro de um copo próprio para a bebida e com um socador esprema até que saia todo o sumo do limão.

Coloque  gelo picado até quase encher o copo e encha o copo com a água ardente de cana.

Mexa bem com uma colher ou coloque em uma coqueteleira e sirva-se!

Dévora Cortinhal

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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