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Candidatura do vinho de talha candidato a Património da Humanidade envolve 27 entidades

O projeto de candidatura a Património da Humanidade da produção artesanal de vinho de talha, prática milenar de vinificação típica do Alentejo, já envolve 20 municípios e sete entidades, disse hoje à Lusa o presidente do município promotor.

Atualmente, “há 20 municípios e sete entidades envolvidas” no projeto de candidatura da produção artesanal de vinho de talha à classificação de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO” (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), afirmou Rui Raposo, presidente da Câmara de Vidigueira, que lidera o processo.

Segundo o autarca, a autarquia já assinou um protocolo de cooperação com outros 19 municípios alentejanos e sete entidades interessados em participar no projeto, que visa “salvaguardar” a produção artesanal de vinho de talha.

Os subscritores do protocolo vão começar a trabalhar para, numa primeira fase, se elaborar e apresentar a proposta de inscrição da produção artesanal de vinho de talha no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial e, numa segunda fase, se elaborar e apresentar a candidatura a Património da Humanidade junto da UNESCO, num processo que deverá durar “dois a três anos”, disse.

Na primeira fase, será feito um mapa das zonas onde há produção artesanal de vinho de talha e um trabalho de investigação sobre a prática de vinificação.

Os municípios envolvidos vão definir medidas que irão constar no plano de salvaguarda da produção artesanal de vinho de talha a incluir no processo de candidatura a Património da Humanidade.

Além de Vidigueira, a candidatura envolve os municípios de Aljustrel, Almodôvar, Alvito, Beja, Cuba, Ferreira do Alentejo, Moura e Serpa, no distrito de Beja; Borba, Estremoz, Évora, Mora, Mourão, Reguengos de Monsaraz e Viana do Alentejo, no distrito de Évora; e Arronches, Campo Maior, Elvas e Marvão, no distrito de Portalegre.

O Centro de Formação Profissional para o Artesanato e Património, a Comissão Vitivinícola Regional do Alentejo (CVRA), a Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural, a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Alentejo, a Direção Regional de Cultura do Alentejo, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e a Vitifrades – Associação de Desenvolvimento Local são as entidades envolvidas.

Segundo a CVRA, em Portugal, “o Alentejo tem sido o grande guardião” do vinho de talha e tem “sabido preservar” a prática de vinificação criada pelos romanos, com mais de 2.000 anos.

“Seguindo os processos mais clássicos ou adotando alguma modernização, o vinho de talha mantém-se como um produto único, sublime representante da milenar cultura do vinho no Alentejo”, frisa a CVRA.

Ao longo dos tempos, a técnica de produzir vinho em grandes vasilhas de barro, conhecidas como talhas, foi passada de geração em geração, “de forma quase imutável”.

Não há apenas uma forma de fazer vinho em talhas, já que a produção varia ligeiramente consoante a tradição local, mas, segundo a forma mais clássica, que “pouco mudou em mais de 2.000 anos”, as uvas esmagadas são colocadas dentro de talhas e a fermentação ocorre espontaneamente, explica a CVRA.

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