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Cafôfo exorta associações portuguesas no Brasil a concorrerem aos apoios do Estado

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O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, Paulo Cafôfo, apelou em São Paulo às associações portuguesas no Brasil que se candidatem a receber apoio financeiro dos programas de incentivo do Governo.

Falando à Lusa durante a sua primeira visita oficial ao Brasil num encontro na Casa de Portugal, em São Paulo, Cafôfo contou que a viagem ao país sul-americano tem sido muito positiva, considerando que as associações portuguesas no Brasil são muito fortes, não apenas em património próprio mas também na dinâmica que imprimem à comunidade, pelo que merecem receber apoio diretamente do Governo português.

“Nós temos apoios para candidaturas, no ano 2023, de 900 mil euros para as associações, que sabemos que atravessaram um momento difícil durante a pandemia”, explicou o secretário de Estado das Comunidades.

“O que nós queremos é que essas verbas possam chegar com candidaturas das próprias associações” no Brasil”, acrescentou.

Entre pontos de interesse da sua deslocação ao Brasil, Cafôfo mencionou o apoio a ações voltados ao cuidado e assistência destinados aos portugueses pobres e envelhecidos que vivem no país sul-americano.

“Nós temos apoiado com um programa específico, que é o apoio aos idosos carenciados. O Brasil é, dentro das nossas comunidades, aquele que é mais apoiado. No ano passado foram 320.000 euros de apoio para estes idosos carenciados”, contou.

“Portanto, continuar com esse apoio social que é muito importante, e criar condições para aumentar a dinâmica económica entre os dois países estão entre as minhas expectativas [na viagem ao Brasil] e, do outro lado, encontro boa vontade e disponibilidade para que tal possa acontecer”, completou.

Questionado sobre o acordo de livre comércio negociado entre a União Europeia e o Mercosul (bloco formado pelo Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai), que está paralisado e foi mencionado pelo Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, numa viagem ao Uruguai como um assunto de política externa prioritário do Brasil, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas considerou apenas, sem aprofundar o tema, que há uma grande vontade em validar o acordo de parte a parte.

“Estou certo que esta vontade irá criar dinâmicas e as dinâmicas vão acrescentar valor às relações que já são excelentes num espaço comercial que nós queremos incentivar”, declarou.

Sobre as relações económicas bilaterais, Cafôfo lembrou que existem no Brasil 19 Câmaras de Comércio Portuguesas: “nós queremos incrementar estas relações comerciais porque nós temos relações, eu diria, de grande proximidade, porque somos um povo irmão”.

“Temos grandes relações no movimento associativo e na integração dos portugueses que aqui [no Brasil] residem e na promoção que fazem da cultura portuguesa. A questão económica é também um passo que queremos continuar e acrescentar valor àquilo que já existe”, completou.

Questionado se a gestão de Lula da Silva poderá melhorar as relações bilaterais, o secretário de Estado considerou que as expectativas de Lisboa são sempre elevadas, independentemente de quem governe o Brasil.

“É uma relação histórica e nós temos e queremos sempre uma grande proximidade. Como secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, é nesse sentido que vou falar, creio que a nossa relação com o Governo do Brasil é sempre na defesa da nossa comunidade. Queremos ter sempre boa relação, boa interação, porque se temos uma boa relação, uma boa interação, a comunidade portuguesa aqui será melhor defendida,” afirmou.

“Teremos já agora em abril uma cimeira luso-brasileira e, portanto, será muito importante para reforçar esta ligação. Eu diria que a nossa relação, que sempre foi uma relação excelente, irá continuar no futuro, porque estão criadas todas as condições para tal”, concluiu.

Paulo Cafôfo iniciou na quinta-feira (26) sua primeira deslocação oficial ao Brasil, onde reside cerca de um milhão de portugueses e lusodescendentes, com os quais manteve contactos em Brasília, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Ele ainda fará deslocações e encontros com portugueses residentes em Santos, Belo Horizonte e Salvador da Bahia.

Com uma agenda dedicada às áreas da educação, cultura, social e economia, a visita prevê encontros com representantes das comunidades portuguesas e conselheiros das comunidades, empreendedores e empresários portugueses e brasileiros, bem como visitas a instituições associativas.

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