O poema apanhou uma bebedeira
De caixão à cova, mesmo à maneira
Lhe disse, isso não se faz. Não há maneira
Pois o que estás fazendo é uma asneira.
E depois ainda começas a delirar
E a gritar: De amores sabia Camões
Que matava a nefasta sede de paixão
Roubando na Corte muitos corações.
Depois claro a poesia sofre uma cirrose
E digam lá: o que farei eu sem ela?
Arrumo as botas e a pena de guerreiro
Ou irei visitar a poesia numa cela?
Entre beber moscatel ou vinho
Procuro ser moderado com a água
Para viver muitos anos e dar carinho
E desta modo não sofrer qualquer mágoa!
José Valgode
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