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Bebedeira do poema

© DR

O poema apanhou uma bebedeira
De caixão à cova, mesmo à maneira 
Lhe disse, isso não se faz. Não há maneira
Pois o que estás fazendo é uma asneira.

E depois ainda começas a delirar 
E a gritar: De amores sabia Camões 
Que matava a nefasta sede de paixão 
Roubando na Corte muitos corações.

Depois claro a poesia sofre uma cirrose 
E digam lá: o que farei eu sem ela?
Arrumo as botas e a pena de guerreiro
Ou irei visitar a poesia numa cela?

Entre beber moscatel ou vinho
Procuro ser moderado com a água 
Para viver muitos anos e dar carinho
E desta modo não sofrer qualquer mágoa!

José Valgode

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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