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“Até que o porno nos separe” premiado na Holanda

O filme “Até que o porno nos separe“, de Jorge Pelicano, foi distinguido no domingo no festival Roze Filmdagen, em Amesterdão, revelou hoje a produtora Até ao Fim do Mundo.

Segundo a produtora, o filme foi eleito melhor documentário, e, segundo o júri, é “uma história sobre uma revelação especial que prova que o amor incondicional acaba por vencer as suas próprias aversões”.

Além de ter sido premiado neste festival dedicado ao cinema LGBTQ (lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e queer), “Até que o porno nos separe” prossegue o caminho por festivais estrangeiros. Em abril estará no Days of European Film Festival (República Checa), LGBTIQ Cinema Festival do Centro Niemeyer (Espanha) e Pink Aplle – Lesbian & Gay Film Festival (Suíça).

O filme tem estreia comercial a 01 de maio em Portugal.

“Até que o porno nos separe” acompanha a transformação de uma mãe depois de descobrir que o filho é ator pornográfico ‘gay’.

Neste filme, Jorge Pelicano regista a jornada emocional de Eulália, católica e conservadora, a morar nos arredores do Porto, que inicia um processo de aproximação ao filho, depois de ter descoberto que ele, emigrado na Alemanha, é o primeiro ator ‘porno gay’ português, premiado no estrangeiro.

A ideia do documentário surgiu há alguns anos, com o documentarista a querer abordar a forma como os pais lidam com as escolhas dos filhos, ao mesmo tempo que queria explorar o mundo da pornografia, numa abordagem que não tivesse como centro os atores e atrizes ou os bastidores deste setor, contou à Lusa, quando o filme integrou, em novembro passado, o festival Caminhos do Cinema Português, em Coimbra.

Surgiu a possibilidade de filmar Eulália, na altura com 65 anos, e o filho, Sydney Fernandes, em 2016, num momento em que “as coisas ainda não estavam resolvidas entre mãe e filho”, referiu, sublinhando que gosta “de histórias e personagens ainda em processo de transformação”.

Num documentário em que o pai quase não aparece – “os homens têm mais dificuldade em aceitar” -, o realizador entende que o filme foi também “uma espécie de libertação” para Eulália.

“Durante o processo de filmagem, [Eulália] teve a oportunidade de conhecer outras pessoas que também estavam na mesma situação, que os filhos também tinham tido escolhas que eram contra os princípios dos próprios pais. Ao conhecer essas pessoas, ela não se sentiu isolada no mundo, e partilhar a sua história – seja com outras pessoas ou para o documento – foi uma libertação para ela e acabou por a fortalecer”, vincou.

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