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Argentina já vai em mais de 200 dias de quarentena

A Argentina vai continuar em quarentena até 11 de outubro devido à covid-19, totalizando 205 dias desde o seu início, o que a torna na mais prolongada do mundo. “A partir do diálogo constante com os especialistas e com os governadores de todo o país, decidimos manter as medidas de cuidado até domingo, 11 de outubro”, refere o anúncio oficial emitido por vídeo, na sexta-feira, através das redes sociais.

Pela primeira vez, o presidente do país, Alberto Fernández, não apareceu para anunciar o prolongamento do isolamento social pela 12.ª vez (começou em 20 de março), apesar da expectativa gerada pelo anúncio, numa situação que pode ser entendida com o cansaço que a situação origina.

O anúncio também evitou usar o termo quarentena, substituindo-o por “medidas de cuidado”, além de que, para evitar um eventual desgaste político, foi deixado para os governadores de cada província o anúncio das medidas de endurecimento.

“As autoridades locais serão as que determinarão as novas indicações para cada território. O Governo nacional recomenda incrementar as restrições para diminuir a circulação das pessoas”, indica o anúncio oficial.

Enquanto os países vizinhos experimentam uma estabilidade de casos ou mesmo uma diminuição do número de contágios, a Argentina observa um aumento, o que faz do país o décimo com mais infeções acumuladas, apesar de ser um dos que menos testes faz.

A onda de contágios na Argentina avança pelo interior do país, onde o sistema de saúde é mais frágil.

“Em maio, o interior representava apenas 7% dos contágios enquanto a área metropolitana de Buenos Aires [capital] respondia por 93%. Agora, o interior representa 49,2%, quase a mesma percentagem de Buenos Aires com 50,8%. Na área metropolitana de Buenos Aires, a curva de contágios é alta, mas estável”, exemplifica o anúncio oficial, apontando uma ocupação de 67,3% das unidades de cuidados intensivos.

Nas últimas semanas, o chefe de Estado passou a negar que exista uma quarentena. “Os jornais podem publicar que estamos em quarentena, mas é mentira. É falso”, insiste Alberto Fernández.

A Argentina não permite aulas presenciais e o uso dos transportes públicos para quem não for funcionário de um trabalho considerado essencial. A circulação de pessoas e de veículos necessita de permissão especial, não são autorizadas deslocações de pessoas entre municípios e províncias, sendo que os voos domésticos e internacionais não se realizam, nem estão autorizadas reuniões de amigos e familiares que não convivam, sendo proibida a permanência de crianças nas ruas das áreas mais povoadas do país.

A cidade de Buenos Aires, governada pela oposição, tem entrado em conflito com o Governo nacional quanto à postura de flexibilizar as restrições.

O governador do Distrito Federal, Horacio Larreta, anunciou novas aberturas: bares e restaurantes que já podiam ter mesas nas ruas, agora vão poder somar pátios internos e terraços, mas os espaços internos vão continuar fechados.

 

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