
Quem se atreve a dizer ao mundo, porque agonizas
Quem se atreve dizer aos religiosos, não subornem o Criador
Deus é imparcial e não aceita preces com as vossas rixas
Vossas aguilhadas pontiagudas já causaram muita dor!
Homem e poeta quase anónimo se atreve e escreve
Quem dará um coração entendido a tanta gente
Quem se atreve a dizer ao orgulhoso já basta, quem se atreve?
Quem se atreve pedir ao sol para estar ainda mais quente?
Quem se atreve a dizer ao fabricante de armas olha aquela criança
Já lhe amputaram seus membros, agora só tem traumas
Quanta desgraça vimos que não tem mais lembrança
Quantos discursos vãos e quantos empurrões.
Não digas os tempos antigos eram melhores
Quem herdou a sabedoria como sua herança
Porque não escutas a censura de um sábio
Ou quem quer ouvir a sinfonia de uma criança.
Quem consola tanta mãe em tempo de guerra
Quem repreende um pecador com cem anos
Quantos soldados estão prontos para outra guerra
Quem se atreve a dizer aos poderosos chega de enganos!
Quem se atreve?!
José Valgode