De que está à procura ?

Mundo

Ajuda às vítimas do ciclone Idai ensina forças armadas portuguesas

Portugal vai rever as práticas de participação de forças militares do país em emergências, após ter realizado operações de apoio às populações na sequência do ciclone Idai em Moçambique.

Esta semana, o país retira as forças e o material que estiveram envolvidos nessas ações quatro meses após a passagem do fenómeno natural pelo território moçambicano.

Para o chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas portuguesas, a saída deixará várias experiências importantes nesse tipo de ações.

“Aprendeu-se. Desde logo, foi a primeira vez que empregamos a nossa Força de Reação Imediata, que é uma estrutura para operações militares que a empenhamos numa operação de ajuda humanitária, naquilo que é o chamado apoio militar de emergência. Perante aquela situação de catástrofe nas imediações da Beira,  a que houve a decisão política de empenhar os militares, nós fomos com uma estrutura preparada  para operações militares, mas também  com treino para emergências civis.”

Dezenas de militares portugueses e um avião C-130 prestaram ajuda aos civis e realizaram operações de resgate após o ciclone que provocou pelo menos 604 mortos no país. O fenómeno é considerado inédito em mais de 20 anos na África Austral.

Na conversa com a ONU News, em Nova Iorque, o almirante Silva Ribeiro declarou que vários momentos marcaram a cooperação portuguesa no acompanhamento da situação.

“Durante os 10 dias, em que os militares estiveram, na sua máxima força na Beira, foi um conjunto de lições aprendidas extraordinárias que nos estão a ajudar a rever a nossa doutrina para este tipo de operações, a desenvolver e a aprofundar o treino, a  identificar capacidades que precisamos de ter prontas para este tipo de operação.”

O comandante militar disse ainda que foram vários os exemplos de superação observados no terreno pelas forças portuguesas no terreno.

“Aprendemos muito, mas aprendemos uma coisa fundamental. Foi o exemplo de resiliência e de coragem dos moçambicanos. Os nossos militares que estiveram ali na Beira e, sobretudo, no apoio que deram às populações (do distrito) de Nhamatanda viram as maiores demonstrações de coragem e de esforço de sobrevivência daquela martirizada população. Isso, em termos de aprendizagem para os nossos militares que não estão sujeitos em Portugal e não têm estado sujeitos a calamidades desse género a não ser os fogos que ocorreram em 2017, também foi uma grande lição de aprendizagem social dessa missão.”

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA