O parlamento britânico rejeitou o acordo de saída do Reino Unido da União Europeia negociado pelo Governo de Theresa May com Bruxelas, por 432 votos contra e apenas 202 a favor.
A dois meses e meio da data prevista para a saída britânica da UE, os deputados da Câmara dos Comuns rejeitaram de forma maciça o acordo de saída, apesar do último apelo feito pela primeira-ministra, imediatamente antes da votação, contra “a incerteza” que a rejeição do texto provocaria.
Tomando a palavra no final do debate sobre este “Tratado de Saída” da UE, Theresa May sublinhou que os deputados se preparavam para tomar “uma decisão histórica que determinará o futuro do Reino Unido durante várias gerações”.
“Nós temos o dever de respeitar” o resultado do referendo sobre a permanência ou saída da UE, de 23 de junho de 2016, declarou a líder conservadora numa Câmara dos Comuns cheia, pouco antes do início da votação.
“Um voto contra este acordo nada mais é que um voto a favor da incerteza, da divisão e da ameaça muito real de não haver acordo”, insistiu May.
Previa-se que o Reino Unido deixasse a UE no final de março de 2019, dois anos após o lançamento oficial do processo de saída e quase três anos após o referendo, que viu 52% dos britânicos votarem a favor do Brexit.
O líder do partido Trabalhista britânico apresentou uma moção de censura ao governo. Se a moção de censura for bem-sucedida, um novo governo pode ser formado no espaço de duas semanas se conseguir o apoio de uma maioria do parlamento, senão são convocadas eleições legislativas.