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A Deus Mário Martins

© Rádio Felgueiras

Dirigiu-se a mim numa Assembleia Municipal, ainda estas tinham lugar no Salão Nobre da Câmara Municipal de Felgueiras, com a delicadeza e o sentido de respeito pelos outros e pelo seu trabalho, que sempre o caracterizaram. Entregou-me documentação de interesse jornalístico do seu Grupo Parlamentar.

A partir daí foram muitas conversas. Na esplanada no jardim da Praça da República – nos seus inícios, no carro, ou em longas viagens de noite, a velocidade reduzida que caracterizava Mário Martins.

Os dois ou em grupo, com personagens conhecidas da época, hoje apenas de atalaia à actividade política, social, económica ou cultural felgueirense, passámos momentos de vária índole. Uma noite, no Monte de Santa Quitéria, além da sua viola, o doutor Sousa Oliveira trouxera a sua guitarra para uma noite intimista. Nessa ou noutra vez, até o doutor Ernesto Rodrigues emprestou a sua voz fadista.

Várias ideias, muitas reflexões sobre a actividade felgueirense nós tivemos em muitas noites, divagando algures pelo concelho de Felgueiras, outras, com outros elementos, por concelhos circunvizinhos. Doutor Sousa Oliveira, Joaquim Freitas…, algum outro de circunstância…

Mário Martins houvera também de me pôr a ouvir fado nos CDs que gravava e me oferecia com dedicatória, com os melhores ensinamentos sobre os intérpretes e os temas.

Há muitos anos – não tenho ideia nenhuma quantos – os nossos encontros foram rareando, as notícias quase nulas. Tenho ideia que a sua vida pública diminuíra, e cada vez menos sabia de si. Algo que fosse. Mas lembrava-me muitas vezes de Mário Martins…

Ontem (através da realidade actual, que são as redes sociais) é a Comunicação Social, onde comigo também deu uns toques, que informa: Mário Martins faleceu, aos 72 anos.

Mário Adão Magalhães

2023/07/22

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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