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A casa da Heidi

Desde que cheguei à Suíça, andei sempre a adiar ir à terra da Heidi; volvidos 15 anos, resolvi e lá fui eu. Embalei de Büchs, depois de ter-me deslumbrado com a natureza branca da neve e o contraste do Céu azul e de ter usado os divertimentos de Toggenburg; a caminho, lá fui ter a Maienfeld!

A cidade de Maienfeld fica no Cantão de Graubünden, inteiramente no território dos Alpes. As línguas oficiais dos de Graubünden, ou Grisões, são o alemão , o romanche e o italiano. Graubünden faz parte da região do Sudeste da Suíça e da região da Grande Suíça Oriental. A maior e principal cidade é Chur.

A Heidi é uma personagem fictícia, da qual se escreveu um livro infantil, que tem como autora, a escritora suíça Johanna Spyri. O livro foi lançado em 1880, o que deu lugar à imaginação. A obra é sobre a vida de uma menina órfã da Suíça; eu lembro ainda do tempo da TV a preto e branco em Portugal, que não havia ninguém que não conhecesse a história; ela adquiriu tamanho sucesso, que o desenho animado da Heidi foi vendido em cassetes musicais. A história já rendeu filmes e desenhos animados de sucesso, ao longo dos anos.

Quando entrei na velha casa da Heidi, tudo reconstruído, tirei fotos aos livros inéditos da Heidi, ali expostos. Ah, eu fui fotografado dentro da casa museu da Heidi, juntamente com o seu amigo Pedro e fiz de Avô. Eu tinha a barba grande e branca, similar ao velhote do filme, pois só estavam os dois sentados na mesa da sala e eu completei! Realizei o meu sonho, embora que tivesse a percepção de outra realidade do local e da forma que tudo é retratado, similar aos três Pastorinhos, muito comercial e superficial. Lembro que está escrito, que foi na pequena aldeia de Aljustrel, situada a cerca de 2 km do santuário de Fátima, que nasceram os três videntes de Fátima – Lúcia e os seus primos Francisco e Jacinta, que com ela partilhavam as tarefas de pastoreio.

Para mim, a Heidi e todo o negócio envolvente e outros mais, são cópias uns dos outros com diferentes histórias, à parte de se acreditar ou não na história ou na lenda, religião ou politiquice de cada região, etc. Numa das outras casas museu, porque havia várias casas, ou um agrupamento de casas formando uma aldeia pequena, uma delas tinha uma escola, uma sala de teatro; outras tinham adornos agrícolas, coches antigos, mil e uma coisas de utensílios agrícolas e de animais.

Para ser sincero, o mais bonito são as serras bem elevadas, onde a aldeia antiga está encostada e tem uma vista agradável virada para a população, com casas em terreno mais baixo e agrícola. Contudo, é sempre agradável conhecer sítios inimagináveis como a terra da Heidi, história mais conhecida que os tremoços, mas mal conhecido o conteúdo, porque muita gente pensa que a Heidi existiu e ela é ficção. Existem ainda mais cinco livros da Heidi, não escritos pela autora Spyri, original, mas foram adaptados de outros trabalhos pelo seu tradutor francês, Charles Tritten, na década de 1930, muitos anos depois da sua morte. Portanto, diz o ditado popular que a cada dedo se aumenta um braço e a história da Heidi tornou-se, ano após ano, mais e mais comercial.

Cultura é a produção e a criação artística e, entre o que existe ou existiu, ficam dúvidas como as mesmas que temos sobre as Pirâmides do Egipto, de que se construíram dezenas de Pirâmides em pedra nos desertos, onde não há pedra e não havia máquinas para transportar! A Heidi é uma história encantadora; ela ficou registada no cérebro das pessoas, nos anos 60, 70 e 80; mas mais encantador é a forma da reconstrução das casas e o agrupamento nas terras em declínio no sopé da montanha elevadíssima. A caraterística das casas, foram reinventadas das casas velhas existentes. De um andar alto, fizeram dois andares com repartições pequenas, fazendo-se subir por escadas em madeira e tudo caracterizado ao pormenor antigo, incluíndo os móveis, os candeeiros e utensílios de cozinha e de lavoura, tais como roupas de cama e de vestir e calçado. A ficção e a cultura de braços dados, uma vez que cultura passa também por reinventar, para além das tradições populares vividas no passado. Eu e a minha assistente, fizemos uma viagem por terras maravilhosas, que retratamos em fotografia e vídeo para a revista Repórter X e que partilhamos com os nossos leitores e com os leitores do BOM DIA.

João Quelhas

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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