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A última vez que vi Lisboa

A última vez que vi Lisboa
Foi no início do século XXI
Quando destruíamos as últimas casas
As marretadas a pedra amarela a cair
Lá de cima
O pó laranja pelo ar, o cheio a terra
Lisboa a voar sobre o Tejo fazia um desenho
Onde a terão enterrado?
Deve haver um lugar onde vão despejar Lisboa
Ali prós lados de Pêro Pinheiro
O Atlântico rodopia a fuligem
das portas queimadas que ainda tinham a gordura dos dedos dos trisavós
Nunca mais aquela luz que só se desenha nas superfícies irregulares
O cimento também é muito agradável, especialmente com a humidade
Como farão as gerações futuras para envelhecer?

 

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