A mão dele
Aquela que já afagou os meus cabelos,
Se passeou pelo meu ventre
Me acenou beijos
Do outro lado da estrada
A mesma que deu banho ao nosso filho
Lhe limpou as lágrimas de dor e de birra
E lhe acariciou o rosto
A mão dele
Hoje largou-se no labirinto da fúria
E essa mesma mão que eu julgava familiar e segura
Socou brutalmente a minha fragilidade
E o meu medo
Se uma mão é uma pessoa
A quem pertence esta
E desde quando?
Paula Sá Carvalho, Março de 2019
Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.