A Federação das Associações Portuguesas de Suíça (FAPS) está descontente com o resultado do referendo que levou 50.34% dos suíços a votar no domingo a favor de limites à imigração.

“O sentimento é negativo a partir deste momento. É mau sinal para os imigrantes e afeta a capacidade de integração dos imigrantes” disse à o presidente da FAPS, António da Cunha, professor na Universidade de Lausana.

António da Cunha admitiu que “esta iniciativa se enquadra numa série de iniciativas similares que aconteceram nos últimos anos na Suíça, mas também ocorre numa vaga de populismo visível em vários outros países de Europa”.

“Não é fechando as portas que se pode resolver o problema” frisou, acrescentando que as vagas de imigração foram acompanhadas por fases de crescimento.

Por outro lado, a nova legislação será implementada dentro de três anos e deixa algum tempo para negociar. Mas, a longo prazo os efeitos vão ser negativos para os trabalhadores estrangeiros, previu.

“A pressão sobre os imigrantes será maior”, com mais restrições aos benefícios sociais e ao reagrupamento familiar, apontou. António da Cunha defendeu que “deverão mostrar cada vez mais a sua capacidade de assimilação”.

Além disso, o fecho das fronteiras pode implicar um aumento da clandestinidade ao longo dos anos, estimou.

Mesmo assim, o docente duvida que a Europa aceite facilmente negociar os acordos bilaterais, já que a Europa considera que não se pode estabelecer relações comerciais e fechar o mercado de trabalho.

As próximas negociações levará a mudanças que vá ser complicadas para as autoridades suíças, indicou.

“Os Suíços vão ter de negociar com habilidade”, salientou, porque se trata de um país com pouco crescimento demográfico, e não pode abdicar da mão de obra.