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95% dos hotéis portugueses estão fechados e a despedir

O presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo (APHORT) disse sexta-feira que 95% do setor hoteleiro fechou devido à pandemia da covid-19 e avisa que mesmo com ‘lay-off’ haverá despedimentos em unidades que não suportem encerramentos prolongados.

“Noventa e cinco por cento da hotelaria está fechada, está encerrada”, ‘hostels’ e alojamento local incluídos, avançou à Lusa o presidente da Associação Portuguesa de Hotelaria Restauração e Turismo, associação que conta com 7.000 associados do setor.

Segundo Rodrigo Pinto Barros, “tudo o que seja vender de camas está praticamente está encerrado”, exceto os hotéis que estão a dar apoio ao idosos e a hospitais, designadamente acolhendo profissionais de saúde que não se querem deslocar para casa.

Questionado sobre os alegados despedimentos, banco de horas ilegais e férias compulsivas que o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Hotelaria, Turismo, Restaurantes e Similares do Norte denunciou na quinta-feira, o presidente da APHORT diz que desconhece casos específicos no seio dos seus associados, mas alerta que vão existir alguns despedimentos, até porque no setor da hotelaria também há “maus empresários” que se aproveitam da crise para “organizar de outra maneira a sua empresa”.

“Eu acredito que vai haver despedimentos, sim, porque muitas unidades vão ficar pelo caminho, porque não vão suportar este encerramento muito prolongado”, alertou.

Das unidades hoteleiras que fecharam, praticamente 100% optou pelo ‘lay-off’, referiu o presidente da Associação APHORT.

“Cem por cento praticamente das empresas do setor optaram pelo ‘lay-off’. Aquelas que não optaram pelo ‘lay-off’ completo, nomeadamente na restauração, optaram por esta janela de oportunidade de negócio que é o ‘take-away’”, explicou, referindo que “muitos restaurantes estão com as suas salas encerradas, mas estão com o ‘take away’ a funcionar e, portanto, as suas equipas de cozinha e alguns funcionários da sala para entrega do ‘take away’ também foram requisitados.

Em entrevista telefónica à Lusa, Rui Pina, gerente do Hostel Rivoli Cinema, no Porto, confirma que o seu estabelecimento, com um total de 17 funcionários, foi para o regime de ‘lay-off’, porque tiverem de encerrar o negócio.

Ainda tentaram fazer durante uma semana um sistema rotativo com parte dos funcionários a irem para casa de férias por acordo mútuo, mas a evolução da crise no setor derivado da pandemia da covid-19 fez que fechassem as portas, acrescentou Rui Pina.

Segundo o gerente, todos os hostels da cidade do Porto, que são cerca de 40, estarão fechados, como por exemplo o Yes Porto Hostel, o Nice way ou o Porto Spot Hostel.

A Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) anunciou hoje que estão atualmente encerradas 75% das empresas do setor, de acordo com os resultados de um inquérito realizado entre os dias 01 e 03 de abril e que contabilizou cerca de duas mil respostas dos associados.

Em conferência de imprensa ‘online’ para apresentar os resultados do estudo “covid-19 – Impacto na atividade turística”, a secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, adiantou que das 75% de empresas encerradas quase 70% dizem respeito à área do alojamento turístico e 33% à restauração.

 

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