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Voltar ou ficar, eis a questão

No final do mês passado foram divulgadas as conclusões do estudo “Planos futuros e regulação do bem-estar de imigrantes portugueses idosos no Luxemburgo”. Realizada pela única instituição de ensino superior do Grão-Ducado, a investigação teve como principal objetivo saber se a primeira geração de portugueses que foi trabalhar para este pequeno Estado soberano situado na Europa Ocidental, limitado pela Bélgica, França e Alemanha, prefere ficar no país ou regressar a Portugal e que fatores influenciam a decisão.

Numa nação onde vivem mais 90 mil cidadãos de nacionalidade portuguesa, o que equivale a 16% da população residente, o inquérito foi feito a 109 compatriotas com idade média de 55 anos, 65% dos quais ainda a trabalhar, e que maioritariamente declararam querer ficar no Luxemburgo.

Segundo o estudo, na escala de razões que levam a maioria destes emigrantes a optar por fixarem-se no Grão-Ducado, contrariamente à ideia inicial quando chegaram ao Luxemburgo, em que quase todos pensavam regressar a Portugal, encontram-se sobretudo a ligação aos netos, entretanto nascidos no país, e o acesso a cuidados de saúde.

As conclusões desta investigação devem merecer toda a atenção das autoridades portuguesas, porquanto estes motivos que levam a maioria dos emigrantes da primeira geração a decidir não voltar a Portugal após a reforma, seguramente que perpassa muitas das comunidades lusas espalhadas pelos quatro cantos do mundo.

Os responsáveis políticos portugueses não podem ignorar esta realidade, antes pelo contrário, devem atempadamente estabelecer protocolos de colaboração com as autoridades destes países. Como é o caso do Luxemburgo, onde segundo uma das investigadoras do estudo “daqui a uns anos vai ser preciso adotar medidas para melhorar o quotidiano desta população e facilitar os cuidados nos lares de idosos, por causa, por exemplo, das barreiras linguísticas”.

Mesmo no plano nacional, não se pode descurar esta realidade, não só pelos valores culturais e pátrios, mas inclusive pelo peso socioeconómico que, por exemplo, as pensões de reforma e outros benefícios sociais recebidos por emigrantes nos seus países de acolhimento têm no desenvolvimento do território português.

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