De que está à procura ?

Colunistas

Vídeo-árbitro à portuguesa

NOS vai ter vídeo-árbitro na época 2017/2018. Não, não é o que pensam! Não acabam de assistir a uma flagrante discordância verbal, em que o verbo não está de acordo com o sujeito da frase, nada disso! Os mais entendidos em futebol já lá chegaram: isso mesmo! Queria-me, sim, referir à Liga NOS, aquela que tem sido ganha pelo Benfica desde há 4 anos, de forma ininterrupta. No entanto, para 6 milhões de portugueses (e mais uns quantos falantes da língua de Camões), o NOS é associado ao triunfo, à vitória no plural majestático Eusebiano: “NOS somos tetracampões!”

Se bem se recordam, o vídeo-árbitro era, desde tempos imemoriais, uma das “exigências” do comentador Rui Santos, o qual afirma que “os erros grosseiros no futebol vão acabar com a introdução do vídeo-árbitro”. Bem, isso vai depender da resolução de ecrã dos monitores que vão estar à disposição dos vídeo-árbitros: enquanto que num velhinho monitor de 640×480 só será possível visualizar que algo de anormal aconteceu porque uma mancha colorida jaz imóvel no relvado há mais de 10 minutos, já num moderno monitor 4K de 3840×2160 vai ser possível vislumbrar até os fora-de-jogos por um pentelho…

Mas se dois árbitros a olhar para os ecrãs veem melhor do que três árbitros em campo, então 10 milhões de portugueses veem muito, mas muito melhor! Assim proponho que o vídeo-árbitro se transforme numa aplicação que permita a qualquer adepto de futebol português ajuizar sobre os lances mais polémicos de uma partida de futebol. Ah, o árbitro tem dúvidas se Samaris deu um soco ou uma carícia na barriga de Diego Ivo, qual papoila saltitante. Pois toca a usar a aplicação ”Vídeo-árbitro” e aí estão os 6 milhões de benfiquistas… oppss… quero dizer os 10 milhões de portugueses a confirmar ao árbitro da partida que Samaris apenas deu uma carícia na barriga de Diego Ivo, do Moreirense, e pronto, ficam as dúvidas todas esclarecidas. Um sistema mais democrático do que este é impossível!

Proponho até que o sistema de vídeo-árbitro seja retroactivo, como os salários da função pública em tempos de governos de esquerda. Assim, sempre podia ser que os clubes mais pequenos tivessem oportunidade de ganhar alguns campeonatos, torneios e taças, atribuídos injustamente aos três grandes só porque, durantes décadas, foram eles que mandaram (e continuam a mandar) nisto tudo, em especial na arbitragem…

E, em Canelas, em vez de termos notícias de agressões a árbitros, vamos passar a ter notícias do tipo “O jogo não se realizou porque os jogadores roubaram o equipamento do vídeo-árbitro…”

Lá vão os clubes e as claques ter que investir na criação de uma divisão de pirataria informática para tentarem controlar o vídeo-árbitro e manipular o resultado a seu favor…

O vídeo-árbitro vai ter estreia nacional já no próximo domingo, no Estádio Nacional, na Final da Taça de Portugal entre Benfica e Vitória de Guimarães. Mas para quem fala da imparcialidade do novo sistema, atentem ao seguinte: só o facto de as câmaras do vídeo-árbitro ligarem uma luz vermelha quando estão a filmar já é indiciador de qual o clube que apoiam…

-“Anda querida, despacha-te! Vamos ver a Final da Taça! Vão estrear o sistema do vídeo-árbitro”

-“Vou já mor!”

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA