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UTAD propõe uma revolução para a floresta portuguesa

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) propõe uma verdadeira revolução na floresta portuguesa, alicerçada em conhecimento técnico-científico, para acabar com “a inércia a que se tem assistido das entidades responsáveis pela gestão e ordenamento do espaço florestal”.

Este é o mote de um debate que a UTAD, em conjunto com a Ordem dos Engenheiros, vai lançar a 13 de janeiro, pelas 15h30, no auditório dos Blocos Laboratoriais, para o qual foi convidado o Secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, e onde intervirão especialistas reconhecidos como Armando Carvalho (Baladi), Rosário Alves (Forestis), Paulo Castro (Acréscimo) João Bento (investigador) e Luís Lopes (Associação de Florestais da UTAD). Este debate insere-se na discussão pública aberta pelo governo até ao próximo dia 31 de janeiro, a fim de preparar um conjunto de medidas legislativas a que chamou “A Reforma da Floresta” com as quais procura responder aos grandes desafios da floresta portuguesa.

A UTAD está assim apostada em quebrar “com as receitas e soluções que já provaram não serem as mais adequadas”, refere a propósito Rui Cortes, docente e investigador do Departamento de Ciências Florestais e Arquitetura Paisagista, indo ao encontro do interesse do governo “assumido já quando da realização dum Conselho de Ministros dedicado inteiramente à política florestal, impulsionado pelos dramáticos fogos florestais do último verão, que conduziram a uma área ardida idêntica à totalizada em todos os países europeus”.

Em debate na UTAD estarão, pois, entre outros, os aspetos mais significativos que se prendem com a política florestal, designadamente o aproveitamento da biomassa florestal, o fogo controlado e a redução do risco de incêndio, o cadastro, o banco de terras, os incentivos ao ordenamento florestal através das Sociedades de Gestão Florestal e a promoção de novas Zonas de Intervenção Florestal (ZIF), além dos procedimentos legais para ações de arborização e rearborização.

“Do ponto de vista económico – lembra Rui Cortes, – a floresta em Portugal ocupa uma posição ímpar no contexto europeu, representando a fileira respetiva cerca de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) e em relação ao VAB (Valor Acrescentado Bruto) nacional aproxima-se dos 4 milhares de milhões de euros. Além do mais envolve cerca de 95 mil postos de trabalho diretos, além de remunerar quase 400 mil proprietários. Toda esta riqueza está em perigo, pondo em causa ainda a importante função da floresta na biodiversidade e na conservação do solo e da água. O atual quadro dramático da floresta nacional surge pela conjugação de diversos fatores que vão muito além dos incêndios de verão que alarmam as nossas populações e que incentivam os sucessivos governos a lançar mais medidas e legislação direcionada principalmente para o combate de incêndios”.

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