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UNDER25: um projeto artístico com jovens portugueses, espanhóis e britânicos

Um projeto artístico que envolveu jovens portugueses, espanhóis e britânicos, ao longo de quase dois anos, culmina na quinta-feira, em Manchester, com a apresentação de um espetáculo com teatro, música, dança e audiovisual.

Intitulado “UNDER25 – Alternative routes to ripen through theater” (“SUB 25 – Caminhos Alternativos para Amadurecer através do Teatro”), o projeto juntou artistas emergentes com menos de 25 anos de Portugal, Espanha e Reino Unido, para partilharem conhecimentos, criarem em colaboração e desenvolverem novas formas de trabalhar, cruzando fronteiras de cultura, língua e disciplinas artísticas.

O projeto, financiado por fundos europeus do programa Europa Criativa, foi desenvolvido em conjunto pela Companhia João Garcia Miguel (JGM), o Espacio Rambleta, ESAC – Escuela Del Actor e a Peshkar Productions.

O espaço Islington Mill, em Manchester, é o local da última residência artística e também da primeira apresentação de um espectáculo multidisciplinar criado durante os três períodos de formação de um mês de duração cada, que decorreram em meados de 2016 em Valência e no início deste ano, em Lisboa.

A escolha dos participantes pretendeu refletir uma variedade de vertentes artísticas, como o teatro, a dança, o audiovisual, a música e até a animação 3D, o que produziu um resultado inesperado, revelou à agência Lusa o gestor deste projeto pela parte da Companhia JGM, Tiago Câmara Pereira.

“Os jovens foram-se misturando em disciplinas que não eram deles. Há uma pessoa do audiovisual em cena a fazer um discurso e pessoas do teatro a tocar música. Foi um desafio interessante, que receberam de forma positiva de aprenderem uns com os outros”, contou.

Em Portugal, os jovens portugueses, espanhóis e ingleses receberam formação de João Garcia Miguel e Sara Ribeiro, atriz residente da JGM e vocalista da banda Los Negros, e também teve como oradores e formadores o encenador Miguel Moreira, o dançarino e coreógrafo João Fiadeiro e a artista plástica Rute Alegria.

Uma circunstância inesperada levou à desistência recente de um dos quatro participantes portugueses, o que dificultou a sua substituição, pelo que o projeto e espetáculo serão completados por 11 jovens das três nacionalidades.

O espetáculo final será apresentado em Valência, no dia 14 de setembro, e no Teatro Ibérico, em Lisboa, no dia 22 de setembro.

Tiago Câmara Pereira espera que os diferentes períodos de formação e ferramentas adquiridas, bem como a rede de contactos internacionais, venham a ter impacto no futuro dos participantes deste projeto, cujo lançamento coincidiu com o pós-referendo ao Brexit no Reino Unido.

“Com um parceiro britânico, este projeto tornou ainda mais pertinente falar sobre esta geração mais nova de artistas e questionar, pelo facto de estarem a trabalhar em conjunto, se faz sentido o Brexit e haver uma identidade europeia”, comentou.

A Companhia João Garcia Miguel foi fundada em 2002 e assume-se como “uma companhia de criação artística contemporânea, que pesquisa o desenvolvimento artístico e criativo em artes performativas, exploradas no teatro”.

Financiada por fundos públicos, este coletivo teve algumas das suas criações distinguidas, nomeadamente a peça “Yerma”, que recebeu o Prémio da Sociedade Portuguesa de Autores para o Melhor Espetáculo de Teatro, em 2014.

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