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Uma vitória de Pirro

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Pedro Passos Coelho, e o presidente do CDS, Paulo Portas, da "Coligação Portugal à Frente" (PàF) cumprimentam-se após reagir aos resultados das Eleições Legislativas num hotel em Lisboa 04 de outubro de 2015. Mais de 9,6 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro foram hoje chamados às urnas para escolher a constituição da Assembleia da República na próxima legislatura e de onde sairá o novo Governo. JOSÉ SENA GOULÃO/LUSA

Às 20H00, do dia 4 de Outubro de 2015, as projecções das televisões apresentavam a figura do vencedor das eleições legislativas. Passos Coelho seria de novo PM.

Faltava saber se a Coligação teria maioria absoluta ou não, pois esse resultado seria o da estabilidade governativa.

Numa democracia deveremos respeitar os vencedores e os vencidos, mas o funcionamento dessa mesma democracia em Portugal tem contornos estranhos ou esquisitos.

Os vencedores ficam na mão dos vencidos,porque estes exercem toda a espécie de chantagem para alcançarem o poder de qualquer maneira.

O país para os vencidos não tem valor e a sua actuação revela-se apenas pelos interesses partidários, depois de recebidos os votos.

É bem certo que a maturidade democrática em Portugal tem uns escassos 41 anos,em que o voto dos bem informados politicamente vale tanto como o voto do boçal, que é totalmente iletrado nessa matéria.

Observando a dispersão dos votos pelos pequenos partidos é algo de surpreendente. Partidos sem qualquer expressão conseguem ter milhares de votos que são claramente votos perdidos. Estes partidos apenas surgem em alturas eleitorais para receberem dos contribuintes as verbas a que tê m direito.

Em Portugal,o partido dos animais elege um deputado.Em vez de se organizarem em associação de protecção dos ditos cujos,pretendem um partido sem expressão ou peso na AR.

Portugueses há que se deslocam às urnas para depositar o seu voto na nulidade total e esses são uns milhares conforme se constata pela enumeração abaixo:

PAN= 74656= 1 mandato
PDR= 60912
PCPT/MRPP= 59812
LIVRE= 38958
PNR= 27104

Depois, temos ainda a abstenção elevada. Descontando os mortos, os que mudaram de residência e não a actualizaram para votação, os emigrantes recentes, o número de indiferentes pela governação tem a ver com o desprezo pelo futuro do país.

Podem colocar-se outras razões e certamente elas existem,mas os mais de 40% é uma percentagem muito significativa.

O vencedor é o PàF, mas para toda a faixa esquerdizante o seu grande objectivo é impedir uma governação tranquila, pois quem ganha governa.

Os discursos da noite desses lideres foram o do impedimento e nunca se dirigiram a um possivel entendimento para com o vencedor.

Parecia,nessa noite,com ameaça de chuva, que o grande vencedor havia sido o Partido Socialista, por ter retirado a maioria absoluta à Coligação e logo a seguir um Bloco de Esquerda, ufano nas suas propostas de não pagar a divida,de sair da UE e do Euro, pronto para entrar na governação com um PS, sendo este europeista e respeitador dos seus tratados e regras e partidário do Euro.

A vitória do PàF tem um sabor amargo e assemelha-se à de Pirro que, sendo vencedor, deixou no campo de batalha a maior parte do seu exército.

As dificuldades de governação vão acumular-se, com sucessivos entendimentos, os investimentos a rarear, as dividas a aumentar e os capitais a sair do país.

A acrescentar a este desiderato temos uma Tribo de Malfeitores em Portugal, a grande maioria dos jornalistas infiltrados na comunicação social, mais interessados na faca e no alguidar para escorrer o sangue,do que contribuir para a formação e informação politica dos eleitores.

Mas os Portugueses têm o que merecem e mais não merecem efectivamente.

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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