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Uber suspende serviço em França

Nesta sexta-feira a  Uber suspendeu o seu serviço Uber Pop em França, enquanto aguarda a decisão do Conselho Constitucional sobre o serviço, que deverá ser tomada em Setembro. Segundo a empresa norte-americana, que justificou a decisão num comunicado citado pela Agência France Presse (AFP), esta foi tomada “na sequência dos actos de violência das duas últimas semanas”.

A França assistiu recentemente a um dos protestos mais violentos contra a actividade da Uber, que permite o transporte dos utilizadores por condutores não profissionais, que usam os seus carros particulares. Cerca de 3000 taxistas de todo o país manifestaram-se contra a “concorrência selvagem” que afirmam representar a aplicação móvel criada pela empresa, que em Paris tem o serviço Uber Pop, com incêndios, bloqueios de estradas e danos nos veículos.

Thibaud Simphal, responsável pela Uber em França, Pierre-Dimitri Gore-Coty, director da empresa norte-americana para a Europa Ocidental, e a própria Uber França vão ser julgados por um tribunal correccional a 30 de Setembro. Os dois executivos foram detidos e são acusados de práticas comerciais enganadoras, cumplicidade no exercício ilegal da profissão de taxista e tratamento ilegal de dados informáticos.

Os serviços como o Uber Pop são particularmente visados por uma lei francesa de Outubro de 2014, que a Uber contesta há vários meses, tendo apresentado duas queixas contra França perante a Comissão Europeia para obter a sua anulação.

Segundo a empresa, cerca de 500.000 pessoas utilizam os seus serviços regularmente em França, sendo a Uber Pop “uma fonte importante de rendimentos para mais de 10.000 condutores”.

A Uber, fundada em 2009 em São Francisco, nos Estados Unidos, revolucionou o sector dos táxis com a sua popular aplicação de telemóvel e, de acordo com a imprensa norte-americana, a empresa está hoje avaliada em cerca de 50 mil milhões de dólares (45 mil milhões de euros).

Mas a aplicação Uber Pop, ilegal segundo o Governo francês, deu à empresa inúmeros problemas com a lei e com os taxistas, e não apenas em França, tendo sido declarada ilegal também na Bélgica e na Holanda.

Nesta sexta-feira, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, congratulou-se com o anúncio da proibição do exercício da actividade da empresa no país, vendo-o como “uma demonstração de que a firmeza do Governo deu resultado”. As organizações de taxistas foram contidas nas reacções ao anúncio, considerando que este “é satisfatório”, mas continuarão atentas e desconfiadas.

A Uber “é capaz de criar aplicações similares com outro nome”, disse à AFP Séverine Bourlier, secretária-geral da União Nacional dos Táxis.

Recentemente, este serviço foi proibido em Itália, cuja Justiça considerou que a empresa sedeada nos Estados Unidos pratica a “concorrência desleal” perante os serviços prestados pelos taxistas profissionais italianos, uma acusação que se tem repetido em vários países, incluindo em Portugal.

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