Os artistas portugueses Maria Lusitano, Mónica de Miranda e Rui Mourão expõem “Moving Anthropologies”, no Centro de Arte Spaces, em Cleveland, no Estado norte-americano de Ohio.
“’Moving Anthropologies’ é um projeto de videoarte portuguesa criada a partir de processos antropológicos, num conjunto que funciona como alegórico prisma em movimento”, explicou à Lusa um dos artistas.
O título do projeto “remete para os processos antropológicos adotados pelos artistas nos seus vídeos”, prosseguiu a mesma fonte, acrescentando que “o recurso a metodologias da antropologia cultural, como a documentação audiovisual de pessoas, práticas, objetos, sons, arquiteturas ou paisagens, faz-se sobretudo por meio de contemplativos planos de um documentarismo estetizado, nalguns casos entrecortado com entrevistas que são também retratos em movimento”.
“Em comum – explicou – têm o facto de se desdobrarem em duplas ou triplas divisões de imagens, funcionando quer em partes, quer no seu todo, como um alegórico prisma de ensaios visuais; tais ensaios procedem a uma investigação tanto ao nível formal, pela estética e técnica, como ao nível dos conteúdos, entre o prisma pessoal e a análise sensível ao outro, ao coletivo e ao mundo envolvente”.
Segundo um dos artistas, “estes pontos de vista refletem, no duplo sentido da palavra, territórios de cruzamento identitário com base em questões culturais, históricas, sociais, psicológicas, políticas, religiosas, raciais, arquitetónicas e performativas”.
“É não só um conjunto de imagens em movimento por variadas geografias, como fará mesmo um percurso expositivo internacional por vários espaços de arte em diferentes cidades. Esse percurso começa nos Estados Unidos, na sala The Vault do Spaces, dedicada em exclusivo à imagem em movimento, mas no dia 24 de setembro o projeto será também exibido em Portugal, no Museu da Vila Velha, em Vila Real, no âmbito da Capital Cultural do Eixo Atlântico”, adiantou à Lusa Rui Mourão.
Em Vila Real além dos vídeos “Now it was just make believe and:”, de Maria Lusitano, “Once upon a time”, de Mónica de Miranda e “La Milagrosa”, de Rui Mourão, será possível ver também o vídeo “Between clarity and fog” de José Carlos Teixeira, que é o curador da exposição na galeria norte-americana.
Maria Lusitano é doutorada em Artes e Media pela Universidade de Westminster, em Londres. O seu trabalho foi exposto em vários países, designadamente, Angola, Áustria, Brasil, Bélgica, Cabo Verde, Chipre, Dinamarca, Irlanda, Japão, México, Moçambique, Polónia, Rússia, Eslovénia, Suíça, Espanha, Suécia, Uruguai e Reino Unido.
A artista foi bolseira da Edstranska Stiefeltse, da Suécia, da Fundação Calouste Gulbenkian e da Fundação de Ciência e Tecnologia. O trabalho de Maria Lusitano faz parte das coleções do Centre Georges Pompidou, em Paris, Fundação Gulbenkian, e da Fundação EDP, entre outras.
Monica de Miranda é doutorada em Artes Visuais pela Middlesex University, de Londres, e tem apresentado o seu trabalho no Brasil, Cabo Verde, França, Holanda, Itália, Moçambique, Portugal, Senegal, Espanha e Reino Unido.
A artista foi uma das fundadoras da Rede “Triangle Network”, em 2010, na capital portuguesa, e do centro de investigação artística Hangar.
Rui Mourão estudou Arte Contemporânea e Fotografia na Universitat Autònoma de Barcelona, em Espanha, e Interpretação/Cinema no Centre d’Estudis Cinematogràfics de Catalunya, também na capital catalã, e possui uma pós-graduação em Culturas Visuais Digitais e um mestrado em Antropologia, ambos no ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa.
Brasil, Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Portugal, Espanha, Turquia, Cabo Verde, Reino Unido e Estados Unidos, são alguns dos países onde Rui Mourão apresentou o seu trabalho.
