O Mónaco subiu à liderança. Leonardo Jardim conseguiu assumir o primeiro lugar da Ligue 1, depois de ter construído uma equipa praticamente do zero em dois anos e meio.É verdade que recuperou Radamel Falcao, e fê-lo nos dois sentidos do verbo. Recuperou-o porque voltou a contar com ele e recuperou-o porque quando voltou ao Principado o colombiano estava muito longe de ser o jogador que foi contratado ao Atlético Madrid.

Também é verdade que João Moutinho ainda faz parte do plano inicial megalómano de Rybolovlev, datado de 2013 e expirado logo depois da chegada do treinador português, mas pouco mais, divulgou o Mais Futebol.

O Mónaco virou agulhas e apostou em jovens. Alguns recrutados em Portugal, dos quais resta o excelente Bernardo Silva, e outros por França, como Bakayoko, Lemar ou Sidibé. E há Mbappé e Touré, que nasceram da própria formação.

Além deste ponto de partida improvável, tendo em conta o sucesso alcançado, há um outro fenómeno: leva 60 golos marcados em 20 jogos, uma média de três por encontro. Com tanta juventude e jogadores em crescimento pareceria certamente coisa de loucos no início da prova.

Leonardo Jardim pode até nem levar o Mónaco ao título, mas esta primeira metade da temporada tem sido notável.

A Fiorentina de Paulo Sousa está longe de estar a fazer uma época memorável, como o prova o oitavo lugar da Serie A e os agora 15 pontos para o topo, mas o triunfo deste domingo frente à Juventus é mais uma amostra do potencial do conjunto viola. Um potencial que ainda estará por atingir, claro. Dar seguimento ao moral que terá saído do excelente triunfo será o próximo e mais importante desafio.

Por falar em desafio, o de Marco Silva é ainda maior. O calendário é terrível, eventualmente assustador, mas para já o Hull continua na Taça e venceu o jogo do seu campeonato frente ao Bournemouth. Será necessário ser ágil e cirúrgico no mercado para munir uma equipa tão frágil de algumas âncoras a fim de mantê-la no primeiro escalão, mas para já os Tigers deixam o último lugar da tabela.

José Mourinho não sorri porque não conseguiu mais do que um empate frente ao Liverpool, mas tem de estar feliz por ter estabilizado a equipa e estar estar claramente em fase de retoma, assentando na fiabilidade de Carrick, no talento de Mkhitaryan e num Ibrahimovic concretizador. Klopp e os Reds não deixaram Old Trafford a queixar-se certamente da infelicidade, e o Manchester United aproximou-se mesmo assim de um City em aparente sentido inverso e, consequentemente, dos lugares europeus. O Chelsea, de um Antonio Conte em estado de graça, é que aparece já muito longe: 12 pontos.

No Championship, o Sheffield Wednesday de Carlos Carvalhal mantém o trajeto competitivo. Venceu o quinto e distanciou-se do sétimo, parecendo tranquilo no último dos lugares play-off.