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Vamos ter um Mundial no Qatar?

O Qatar tem de resolver o conflito, com os seus seis parceiros árabes, se não quer ver em perigo a realização da Copa do Mundo de Futebol em 2022.

Cláudia Roth, vice-presidente do Bundestag alemão declarou-se contra a adjudicação da Copa do Mundo em 2022 no Qatar advogando a revisão da atribuição (HNA, 07.06). De facto, não sendo Qatar “um país de futebol”, a adjudicação nada tem a ver com o “desporto, mas com o dinheiro”. Qatar não considera as normas básicas de direitos humanos e além disso houve “corrupção na adjudicação”.

Também o presidente alemão da DFB, membro novo na FIFA, se pronunciou contra a concessão de torneios a países que apoiam o terrorismo, alegando que adjudicações só deveriam ser feitas a países que defendam o respeito dos direitos humanos, a liberdade de imprensa e respeitem normas ambientais.

Se a FIFA e o mundo ocidental não usassem uma atitude hipócrita, os representantes do Qatar teriam sido obrigados a renunciar ao apoio económico do terrorismo internacional para poderem ver realizada a Copa mundial no seu emirado. A FIFA sem requisitos morais, tem-se mostrado apenas interessada no dinheiro. Por isso não teve escrúpulo em aceder a realização da Copa do Mundo num país que apoia activamente o terrorismo.

O clube Real Madrid acedeu a tirar a cruz cristã da coroa do seu emblema nos produtos a serem comercializados no mercado árabe por uma firma têxtil que comprou os direitos de comercialização de produtos relacionados com o Real Madrid (Tischerds, etc.) nos Emirados Árabes Unidos. O club fez uma parceria com o banco Abu Dhabi dos Emirados Árabes (Arábia Saudita, Qatar, Kuwait, Bahrain e Omã). Quando se trata de negócios com os árabes, os europeus renunciam até aos símbolos da sua identidade. De facto, identidade e honra, não são materiais com que se faça dinheiro; os árabes jogam na avançada porque possuem identidade, honra e dinheiro.

Em contrapartida os europeus mostram-se tolerantes, à sua maneira, suportando na Europa o uso do lenço como confissão e propaganda aberta pelo arabismo retrógrado. Em nome da liberdade (e ainda bem para a liberdade!) dizem bem ao uso do véu na cabeça, como legítimo símbolo cultural do domínio do homem sobre a mulher, precavendo assim o atractivo bom-exemplo da mulher submissa!! A intolerância conta com a força do dinheiro e com a disponibilidade dos que se deixam comprar. O dinheiro e o negócio juntam interesses sem que se misturem!

O Qatar é um grande patrocinador do terrorismo

Qatar, um emirado do Oriente Médio, fomenta o islamismo e apoia a Milícia Hezbollah na Síria e no Líbano. Apoiou o movimento terrorista “irmandade muçulmana” no Egipto, apoiou os islamistas sunitas na Tunísia contra a juventude reformista dando milhões ao Partido Emndha, parceiro da Irmandade Islâmica, que assumiu lá o governo; apoia a organização terrorista Hamas que governa na Faixa de Gaza; apoiou o movimento da Primavera Árabe no sentido dos islamistas saírem como vencedores em todo o norte de áfrica; deste modo, apoiando-os com dinheiro defendia-se deles. Se o movimento se democratizasse constituiria um perigo à porta. Apoia a insurreição islamista em todo o mundo porque esta é a melhor maneira de impedir a democracia e a liberdade que se tornaria numa ameaça para a monarquia absolutista de Al-Thani, que tem Qatar nas mãos através dos seus milhares de familiares; os cidadãos não pagam impostos. A estratégia de desestabilizar os vizinhos tem tido sucesso.

A potência económica Qatar faz tudo isto, pela porta traseira não oficialmente, para poder negociar à vontade com o Ocidente que hipocritamente, por razões económicas, fecha os olhos aos fomentadores do terrorismo e em casa contenta os cidadãos com palestras vistosas de que o Estado já não pode assegurar a segurança dos cidadãos nas grandes cidades!  14% das acções da VW e do Deutsche Bank estão nas mãos de Qatar. Já o poeta e dramaturgo comunista Bertolt Brecht dizia “primeiro está o comer e depois a moral”!

Mais um problema que Trump cria à Alemanha

O Qatar está a ser isolado (desmascarado?) pelos países irmãos Arábia Saudita, Egito, Bahrain, Emirados Árabes Unidos, Líbia, Maldivas e Iémen.

Estes países cortaram relações com o Qatar pelo facto de este apoiar o terrorismo e de dar acolhimento aos grupos terroristas: milícia Jihadista, Estado Islâmico, Al Qaeda e Irmandade Muçulmana.

Com o encerramento das fronteiras sauditas para o Katar e o embargo dos voos de aviões catarianos torna-se impossível o acesso terrestre a Qatar. Os Saudis argumentam que tomaram a iniciativa do bloqueio para obstarem ao “perigo do terrorismo e extremismo”, o que Qatar desmente oficialmente contrapondo que a Arábia Saudita quer colocar Qatar sob “a tutela saudita”.

É verdade que o Irão apoia terroristas, mas a Arábia Saudita fomenta o extremismo religioso na vertente do neofundamentalismo salafista (continuação no exterior do wahhabismo da Arábia Saudita que defende a aplicação da sharia); apoia-o na a construção de Mesquitas em todo o mundo, o que é visto como bom em muitos países pelo investimento económico que isso significa. Os salafistas procura fomentar a expansão muçulmana, especialmente, na Europa. O seu programa de distribuição pública e gratuita do Corão em muitas cidades europeias revelou-se como estratégia de angariar elementos muitas vezes posteriormente radicalizados.

Quase todos as redes terroristas até agora identificadas na Alemanha se encontram no meio salafista ou sob a sua influência.

Trump levou à Arábia Saudita um negócio de 310 mil milhões de Dólares em armas e declarou o terrorismo xiita como muito perigoso. A situação revela-se num bom negócio para a América, mas numa catástrofe para a região que não sairá das contendas entre sunitas e xiitas na luta pela supremacia na região e de que outros se aproveitam.

Qatar tem grandes investimentos na Alemanha, possuindo acções no Grupo VW, Deutsche Bank e na empresa de construção Hochtief. Mais um problema que Trump cria à Alemanha!

Trump deixou, na Arábia Saudita, o aviso ao Irão xiita e agora, nas suas sombras, os irmãos sunitas parecem dispostos a concretizar a mensagem de Trump.

A região manter-se-á um paiol de pólvora enquanto os três galos num poleiro (Irão, Arábia Saudita e Turquia) disputarem o direito à supremacia regional do xiismo ou do sunismo muçulmanos. A nível de estratégia, todos estão interessados na desestabilização do Egipto, Iraque, Síria, etc,). No meio de tudo isto, o Ocidente, a Rússia e a China vão fazendo o seu negócio.

Em questões de muito negócio os interesses cautelares recomendam a expressão moderada! O negócio move tudo, o resto é infelizmente música de acompanhamento.

António da Cunha Duarte Justo

Esta publicação é da responsabilidade exclusiva do seu autor.

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