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Storytailors encantaram Washington com roupa de azulejos

A noite de gala que inaugurou a mostra de arte ibérica no Kennedy Center, em Washington, na terça-feira, mostrou muitos vestidos longos, usados pelas convidadas, mas os dos estilistas Storytailors foram os grandes protagonistas.

Inspirados na azulejaria e porcelana portuguesa, os dois vestidos fazem parte da exposição “So Blue, So White” e estão expostos no Hall of States, por onde entraram cerca de 400 convidados, para a noite de gala, incluindo o rei Juan Carlos de Espanha.

É neste espaço que as peças vão ficar até ao próximo dia 24, data em que encerra a mostra “Iberian Suite: Arts Remix Across Continents”, iniciativa de divulgação da cultura de Portugal e Espanha, em Washington.

João Branco e Luís Sanchez, os ‘Storytailors’, foram abordados por dezenas de pessoas na abertura. Quando questionados sobre a ideia por trás dos vestidos, contavam a história de Joana, a personagem que criaram.

“Joana é uma princesa que acaba por cair num poço de onde não consegue sair. Para construir a sua história inspirámo-nos na história da Santa Joana Princesa, n”Os Lusíadas’ e nas mouras encantadas”, explicou João Branco à agência Lusa.

Branco acrescentou ainda que a vida de Santa Joana Princesa “é uma das histórias mais contadas na azulejaria portuguesa” e, por isso, escolheram esta personagem.

Branco e Sanchez foram inicialmente contactados pelo Arte Institute, no ano passado. Depois de se reunirem com responsáveis do Kennedy Center, as únicas instruções que receberam foi que as peças fossem inspiradas na azulejaria e porcelana portuguesas e nas cores branco e azul.

Depois de semanas de pesquisa, os vestidos demoraram dois meses a ser construídos e envolveram uma equipa de nove pessoas.

Montados em ‘georgete’ de seda e ‘voile’ de seda de algodão, cada peça usou cinco metros e meio de tecido em que foram impressos padrões criados pelos estilistas digitalmente.

No vestido da azulejaria, os estilistas colaboraram com as empresas Viúva Lamego e Revigrés, usando imagens dos seus azulejos, para criar o padrão, e partes de azulejos, para construir cintos semelhantes a rosários.

Para a peça inspirada em porcelana, colaboraram com a Vista Alegre, usando fragmentos de porcelana, para construir um detalhe no espartilho.

“Os vestidos foram construídos com uma técnica asiática, quase como se fossem um kimono japonês, para homenagear também a presença portuguesa na Ásia”, explicou João Branco.

Os estilistas já têm clientes nos Estados Unidos, mas planeiam agora uma presença oficial no país e consideram que esta apresentação no festival pode abrir portas.

“Fomos contactados por um agente que nos quer representar e vamos reunir-nos com ele em Nova Iorque”, disse Luís Sanchez. “Sabemos que o nosso produto tem procura e aceitação no país. O objetivo passa por ter as nossas roupas em algumas boutiques.”

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