De que está à procura ?

Publireportagens

Solzaima aposta na exportação para duplicar faturação em 5 anos

A fabricante de equipamentos de aquecimento a biomassa Solzaima, de Águeda, Aveiro, quer aumentar o peso das exportações dos atuais 30% para 70% e quase duplicar a faturação para 20 milhões de euros em cinco anos, segundo o presidente.

Em entrevista à agência Lusa, o presidente do Conselho de Administração da Solzaima – fundada em 1978 e desde 2016 detida em 71% pela sociedade de ‘private equity’ HCapital – afirmou que o objetivo a cinco anos é inverter a atual relação 30%/70% do mercado nacional/internacional, respetivamente, apostando sobretudo no crescimento das vendas em Espanha, França e Brasil e sem diminuir a faturação em Portugal.

Para responder a este crescimento, Nuno Sequeira diz estar previsto “para entre este ano e o próximo” um investimento de dois milhões de euros, “sobretudo em maquinaria”, com vista ao aumento da capacidade de corte de chapa.

O crescimento esperado da atividade face aos atuais 11,5 milhões de euros deverá traduzir-se ainda, nos próximos cinco anos, num reforço do quadro de pessoal dos atuais 135 para cerca de 180 trabalhadores.

A Solzaima reclama a liderança do mercado em Portugal, com uma quota “já acima dos 30%” nos equipamentos de aquecimento doméstico a biomassa que o administrador admite que será “difícil de aumentar”, pelo que a estratégia passa por “pensar a exportação como o caminho óbvio para fazer a empresa crescer”.

O projeto de internacionalização da Solzaima arrancou por volta de 2012 no mercado espanhol, “não pela proximidade geográfica”, conforme explicou Nuno Sequeira à Lusa, “mas porque a tipologia de clientes/distribuidores e clientes/lojistas era muito próxima da que existia em Portugal e porque a biomassa era uma novidade para os distribuidores em locais”.

Desde então, o mercado espanhol manteve-se como o principal destino de exportação da empresa, representando atualmente 25% das vendas e contando já com uma estrutura comercial própria apostada em fazer da Solzaima “líder ibérico” no setor. “Porque empresa ibérica já somos”, considera o administrador.

No total, são já duas dezenas os mercados de exportação da empresa de Belazaima do Chão, entre os quais se destaca ainda França – também já com estrutura comercial própria e “um leque de distribuidores muito relevante”- por se tratar de “um dos maiores mercados da Europa em termos de consumo de biomassa” que a Solzaima considera justificar o “grande esforço” que lhe está a dedicar.

“Entre as ainda pequeninas experiências que estamos a testar encontrámos também alguns mercados engraçados, que quase parecem inusitados, como o Brasil e a África do Sul, onde – apesar de no nosso imaginário serem países quentes – também há zonas muito frias no inverno, onde chega a haver neve e temperaturas negativas”, afirmou Nuno Sequeira.

No Brasil, a estreia aconteceu em 2016 e este ano as vendas “têm crescido imenso”, fazendo deste o quarto mercado da empresa e deixando em aberto a possibilidade de a Solzaima vir até a “ter capacidade de ali criar uma marca relevante”.

“O Brasil em termos de biomassa está muito mais atrasado, vejo-o muito como o Portugal de há 20 anos atrás, com muito potencial, embora com a ressalva de que é um mercado um bocado volátil pelas condições económicas e pela moeda”, afirmou.

Fundada em 1978 por um grupo de sócios de Belazaima do Chão, a cerca de 10 quilómetros de Águeda, onde ainda hoje está implantada a fábrica, a Solzaima lançou-se na altura na produção de recuperadores de calor, um mercado “já maduro em França, mas que não existia em Portugal”.

“Como o racional económico era muito forte – a eficiência energética dos recuperadores é, em média, oito vezes superior à das lareiras convencionais – o produto teve muito sucesso e a empresa tornou-se no primeiro fabricante e no líder do ramo em Portugal”, recordou Nuno Sequeira.

Atualmente, a produção da empresa portuguesa inclui recuperadores de calor, salamandras para aquecimento doméstico a lenha e, mais recentemente, a gama de produção foi alargada para salamandras a ‘pellets’ e caldeiras para aquecimento central a lenha e a ‘pellets’”.

De acordo com Nuno Sequeira, foi em 2008 que se deu a venda da empresa a um ‘private equity’ – a portuguesa Explorer Investments – quando “o principal dono original se viu sem sucessão, porque os filhos não tinham vontade de entrar na empresa”.

Em 2016 a Explorer viria a vender a sua posição à congénere HCapital.

“Em 2009 tivemos que renovar praticamente a fábrica toda, para resolver estrangulamentos na produção. Investiu-se em maquinaria nova, reviram-se os fluxos de produção, apostou-se no ‘design’ e pôs-se a fábrica a produzir mais. Também nesse ano comprámos a segunda marca portuguesa de recuperadores de calor – a Fogo Montanha – que era uma pequenina fábrica no Algarve com uma marca querida dos lojistas da especialidade e um produto com muita qualidade”, explicou.

Tal como aconteceu com a Fogo Montanha, a aquisição de marcas concorrentes “é sempre uma possibilidade no radar” da empresa, que há um ano e meio só não adquiriu uma congénere francesa que abriu falência porque o tribunal local deu preferência a um fabricante francês, “que também ficou com a fábrica e com os ativos”, quando a Solzaima apenas estava interessada na marca.

“Somos uma empresa detida por uma ‘private equity’ e o mercado sabe disso, pelo que quando há coisas à venda vêm-nos propor, porque sabem que temos apetência. Mas tem que aparecer a oportunidade correta”, concluiu o presidente do Conselho de Administração.

TÓPICOS

Siga-nos e receba as notícias do BOM DIA