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Sobre a tempestade

Afinal, apesar de ainda não ter terminado, a tempestade não foi grande coisa, o que desiludiu muito curioso e pessoal com telemóveis com boas câmaras fotográficas! Não foi mau, mas já vimos outros muito melhores a causarem grandes prejuízos e a aparecerem de surpresa para a festa ainda ser maior.

Nós gostamos dessas coisas e lembro-me do famoso tsunami algarvio, de uma onda gigante que se aproximava da costa, os agentes da autoridade deram ordem às pessoas para saírem das praias, mas muitos saíram para irem buscar as máquinas fotográficas ao carro e regressarem para tirarem uma foto bem porreira do momento em que estavam a serem engolidos por uma onda. O que vale é que foi ilusão de óptica, e tiveram azar!

Nesta tempestade de hoje, com a costa marítima continental em aviso vermelho, alguns optaram por ir passear nas marginais, darem um pulo à praia para tirarem umas foto espectaculares, e os mais atrevidos fazerem um pouco de surf.

Fazem bem, tempestades destas é coisa de meninos e só os covardolas se protegem e obedecem às proibições.

Isto das praias é um problema, e em época balnear um banheiro içar a bandeira vermelha para haver zaragata, pessoas com opiniões dispares acerca do eventual perigo, e uns tipos que deliberadamente desobedecem e vão tomar banho e nadar, e fazerem piretes aos banheiros quando eles sopram no apito avisando o pessoal para sair da água.

Normalmente o tipo que entra no mar quando a bandeira está vermelha acha várias coisas: que é um nadador do caraças, que conhece todos os redemoinhos e correntes, e que é mais poderoso do que o poder de uma onda. Mas na verdade é um mau exemplo especialmente para crianças, e em caso de azar, coloca também em perigo a vida de quem o irá salvar e tanto o advertiu para não ir para a água.

Tudo bem, nestas coisas morrem heróis e gente estúpida a armar-se em herói.

Não falo de barriga cheia, sei bem do que falo, e apesar de nadar bem, muito melhor e mais rápido do que a maioria dos nadadores salvadores e surfistas, de já ter acudido várias pessoas dentro do mar, eu já ia morrendo no mar num naufrágio! No mesmo local onde há uns anos morreram vários pescadores, ou seja, na foz do rio Mondego. Eu salvei-me, a pessoa que ia comigo também se salvou, mas garanto-vos que não é nada agradável uma onda atirar-nos com violência contra o molhe sul e andarmos ali uns metros, talvez 10, a bater nas pedras.

Felizmente tinha colete e fato térmico que me protegeram, que ficaram estragados, mas eu apenas sofri pequenas escoriações e nódoas negras,e tive mais sorte que juízo.

E nesse dia, aparentemente estava tudo tranquilo até que se repentinamente formou uma pequena tempestade.

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