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Ser do CDS ou do PCP é a mesma coisa?

Parece ser normal que no CDS possam existir situações,em que os desvios à matriz do partido sejam encaradas como meras questões de consciência,as quais não beliscam nem contradizem minimamente os princípios fundamentais dos seus alicerces ideológicos.

O aborto ou os casamentos gay são pormenores se forem objecto de votação favorável por parte de deputados da Democracia Cristã e que podem passar despercebidos, pois no CDS também impera a consciência dos seus autores.

As declarações de Hélder Amaral no Congresso do MPLA fazem parte desses pormenores, até porque o Deputado em causa é africano, nascido em Angola, onde até possui familiares.

A “proximidade do CDS à política do MPLA”, na opinião do citado Deputado, faz parte do âmbito meramente pessoal, que não vincula o CDS e para reforço desta posição a Direcção do CDS, através do seu Vice Presidente, já veio informar que o partido não se revê em tais declarações.

Sabem muitos ou todos os militantes do CDS que o MPLA ainda não se afastou de alguns preceitos comunistas, com um PR com contornos de eternidade no poder, ainda que digam que é eleito democraticamente, mas sem limite de mandatos, pois já são passados trinta e sete anos.

Em Angola, a liberdade de expressão, pensamento e opinião são figuras de retórica, uma vez que os exemplos desta violação são bem conhecidos.

As ameaças aos povos de Angola, aquando de eleições, se não votarem no MPLA é outro dos exemplos e que o digam os Umbundos ao sul, que sempre foram apoiantes de Savimbi.

Temos também “la main mise” do PR sobre as grandes riquezas do território, o que tem sido alvo de críticas internacionais e até mesmo de Portugal.

Se as declarações de Hélder Amaral não têm consequências para quem as proferiu, significa que o CDS pode ter no Parlamento deputados favoráveis às teses do PCP, uma vez que este se identifica com o MPLA.

Diz-se em Matemática que duas quantidades iguais a uma terceira são iguais entre si.

A partir de agora tanto faz ser-se militante no CDS como no PCP, pois ambos têm proximidade com o MPLA em diversos aspectos das suas políticas.

Paulo Portas não se imiscui em problemas internos do CDS, mas respondeu a Manuel Monteiro, pois ambos estão fora da política do CDS. Contudo, o recado também deve ter servido para Ribeiro e Castro.

Aos militantes do CDS não lhes interessa as possíveis explicações que poderiam ser dadas por Paulo Portas, mas interessa-lhes a justificação do Deputado Hélder Amaral e estas só poderão ter lugar num Conselho Nacional.

Eu, como conselheiro, membro da Comissão Política do CDS/Amadora, autarca do CDS na AM da mesma cidade, membro da Direcção Nacional da FTDC e da Distrital de Lisboa da mesma organização autónoma do CDS, desejaria ouvir as justificações de Hélder Amaral sobre as suas declarações em Luanda.

Tratando-se dum problema de índole interna do CDS, a justificação não pode ser dada na praça pública, mas sim no órgão máximo do CDS entre Congressos.

“Estar cada vez mais próximo do MPLA” pode ser a sua opinião, mas ele é Deputado do CDS e deve aos militantes uma explicação.

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