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Se Portugal trabalhasse como Felgueiras tinha crescido mais

O presidente da Câmara de Felgueiras, Inácio Ribeiro, disse à Lusa que se o país trabalhasse “ao ritmo” de Felgueiras, em quatro anos, o rendimento dos cidadãos teria crescido cerca de 14%.

“Se o país trabalhasse muito próximo do nosso ritmo, eu não tenho dúvidas que estaria bem melhor”, considerou o autarca social-democrata a propósito dos últimos dados do INE que assinalam uma aceleração do crescimento do rendimento dos cidadãos do concelho no período entre 2009 e 2013.

Só entre 2011 e 2013, o crescimento acelerou, atingindo os 9%, ou seja, cerca de 4,5% em cada ano.

“Foi uma aceleração considerável”, comentou o autarca, atribuindo a melhoria à prestação do setor do calçado, que é líder nacional, mas também de outras áreas da economia em que Felgueiras se evidencia, sobretudo a produção de vinho verde.

Segundo os dados estatísticos oficiais, em 2009 o concelho tinha um rendimento, por cidadão, de 67% da média nacional, mas em 2013 (últimos dados conhecidos) esse indicador tinha crescido para mais da 80%, o que traduz, defende o presidente, a recuperação do setor industrial predominante, também vincado na redução do desemprego.

Em 2015, estima o presidente da câmara, o dado do crescimento deve ainda ser mais positivo, acompanhando o crescimento acelerado que se tem verificado no setor do calçado e o número de postos de trabalho criados. Tendência que deverá manter-se nos próximos anos, prevê também, aproximando-se da média da região norte.

Com mais de 60.000 habitantes, o concelho emprega cerca de 20.000 pessoas, só nas centenas de indústrias implantadas em vários pontos do concelho.

Inácio Ribeiro recorda que a “notável” prestação de Felgueiras ao nível do rendimento médio dos cidadãos podia ser mais elevada se o concelho contasse, como merecia, com mais emprego ligado aos serviços públicos, o que elevaria a média dos salários, como ocorre noutros concelhos da região.

Apesar disso, Felgueiras já lidera no indicador de rendimento ao nível do Tâmega e Sousa, ultrapassando Penafiel e Paços de Ferreira.

À Lusa, o presidente da câmara sublinha que a produtividade de Felgueiras, ao nível do calçado, também é mais elevada do que noutras regiões do país, onde predomina o mesmo setor de atividade.

Questionado pela Lusa sobre as fragilidades que o concelho ainda apresenta ao nível dos serviços públicos, em domínios como a saúde, justiça e segurança, em contraste com o contributo que o concelho dá à economia nacional, o autarca comentou:

“Sendo uma terra de gente de muito trabalho, mais do que reclamar, preocupamo-nos em trabalhar e depois Lisboa dispõe dos frutos do nosso trabalho. Nós continuamos a trabalhar e Lisboa faz uns disparates”.

Ribeiro critica sobretudo ao facto de o tribunal local, apesar de o concelho liderar a região, ter sido esvaziado, com o novo mapa judiciário, não lhe sendo atribuída qualquer instância de competência especializada.

“Felizmente, temos um quadro sociológico bastante estável, o que permite alguma paz. A dedicação ao trabalho tira-nos tempo de exigência”, concluiu.

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