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Sapatos portugueses à conquista da Ásia

Quinze empresas portuguesas de calçado participam de 11 a 13 de outubro na feira de moda do Japão ‘Fashion World Tokyo’, numa aposta descrita como “a maior investida do calçado português ao mercado asiático nos últimos 20 anos”.

Segundo a Associação dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), que organiza a participação portuguesa no evento, os 10.000 quilómetros que separam Portugal do mercado japonês “não são obstáculo” e aquele país asiático “está, definitivamente, de regresso ao horizonte das empresas portuguesas” do sector.

O objetivo, destaca, é que o mercado japonês funcione como “rampa de lançamento” para vários outros mercados asiáticos emergentes.

“A aposta em novos mercados, em especial fora do espectro europeu, é uma das grandes prioridades da indústria portuguesa de calçado para os próximos anos. Fruto dessa estratégia, já esta semana, 15 empresas portuguesas iniciam uma nova abordagem ao mercado nipónico, com a participação na ‘Fashion World Tokyo'”, destaca.

Salientando tratar-se da “maior investida do calçado português ao mercado asiático nos últimos vinte anos”, a APICCAPS adianta que feira japonesa — que se realiza duas vezes por ano — conta com 850 expositores de todo o mundo (entre vestuário, calçado e acessórios de moda) e é visitada por “mais de 28.000 visitantes profissionais”.

Destacando que “o sector de calçado cresce há oito anos consecutivos nos mercados externos”, o presidente da APICCAPS considera que é preciso “ambicionar mais” no domínio da internacionalização e aponta os EUA como “a primeira das prioridades”.

“Trata-se do maior importador de calçado do mundo, o país de todas as oportunidades, e deve merecer todo o nosso esforço e atenção”, sustenta Luís Onofre.

Em simultâneo, a APICCAPS propõe-se abordar “um conjunto de países em que os acordos de comércio livre celebrados pela União Europeia criaram um grande potencial, como a Coreia do Sul, Singapura, Chile, Colômbia ou, mais recentemente, o Canadá”.

“Nessa perspetiva, a aposta em países como o Japão ou China é fundamental para que o calçado português seja cada vez mais uma grande referência internacional”, considera o dirigente associativo.

Paralelamente a esta aposta na diversificação dos destinos de exportação, a indústria portuguesa de calçado pretende também “redobrar esforços” nos mercados europeus, encarados como os “mercados naturais” e onde a capacidade de resposta rápida das empresas nacionais pretende “fazer a diferença”.

Segundo dados avançados à agência Lusa pela APICCAPS, nos últimos cinco anos as exportações portuguesas de calçado para o continente asiático triplicaram, tendo atingido no final de 2016 os 49 milhões de euros (15 milhões de euros em 2010).

Para atestar o “potencial do mercado” japonês a associação destaca o acréscimo superior a 70% naquele mercado, para onde as vendas de calçado português passaram de 7,5 para 13 milhões de euros no final do ano passado.

De acordo com o ‘World Footwear Yearbook’, o Japão, com 127 milhões de habitantes, é “um dos mercados mais promissores no plano internacional”.

“Em termos de consumo, é mesmo o 5.º principal à escala mundial, com um consumo aparente de 607 milhões de pares por ano”, avança, acrescentando que, “anualmente, o Japão importa mais de 608 milhões de pares de calçado”.

Também de destacar, segundo a APICCAPS, é o crescimento das exportações portuguesas do sector para a China, um país “que importa muito pouco calçado”, mas do qual Portugal é já o 4.º fornecedor, com 15 milhões de euros de vendas.

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