Rui Daniel Silva, professor de piano no Orfeão de Leiria e colaborador regular do BOM DIA, partiu em setembro de 2017 rumo ao Bangladesh com o objetivo de angariar fundos para as crianças da Fundação Maria Cristina.

Atravessou toda a África Ocidental e encontra-se neste momento na Cidade do Cabo, pronto a seguir caminho pela costa oriental rumo à cidade do Cairo.

Após 10 meses relata que este continente é o emaranhar de uma enorme amálgama de sensações e sentimentos. É preciso ter alguma resiliência para seguir em frente. Apanhar boleia nem sempre é fácil. A maioria dos autóctones param o veículo mas pedem sempre algum dinheiro em troca. Andar de transportes públicos é uma constante incógnita onde na maioria das vezes tem de esperar largas horas antes de partir. Seja de autocarro, carrinha ou táxi, o veículo só parte quando estiver cheio. Um dos meios de transporte que mais marcou este viajante foi a viagem desde a Nigéria aos Camarões num cargueiro.

Considera até ao momento o Niger e o Botswana como os países mais hospitaleiros. Mas nem tudo tem sido fácil para este viajante, nascido no Luxemburgo. Na Serra Leoa foi encurralado por um bando de jovens, enquanto que na Libéria chegou a ser agredido por dois indivíduos.

Admite que já sentiu por várias vezes algum medo. Após algumas mensagens de amigos e desconhecidos para evitar atravessar a Nigéria, devido a raptos de brancos neste país , adiou por várias vezes esta travessia até finalmente ganhar alguma coragem. Contudo, a Nigéria acabou por ser uma agradável surpresa onde os próprios nativos o aconselhavam a dormir nas estações de autocarros.

Os lugares que mais marcaram o jovem Rui Daniel Silva foram a cidade de Djenné no Mali, a aldeia flutuante de Ganvié no Benim e o delta do Okavango no Botswana. Apesar de todos os percalços a experiência tem sido fantástica, principalmente em lugares mais remotos.

Prestes a partir para norte, podem acompanhar esta viagem na página Facebook “Backpacking with Rui Daniel” e no Instagram.