Após a visita ao Mosteiro de Vila Boa do Bispo, o nosso percurso continua pelo concelho do Marco de Canaveses até chegarmos à Igreja de Vila Boa de Quires.
À semelhança do Mosteiro de Vila Boa do Bispo, há alguns autores que apontam o século XI para a origem da Igreja de Vila Boa de Quires e que também a ligam à família dos Gascos. No entanto, não temos certezas quanto a isto. O que realmente sabemos é que a povoação e a Igreja de Vila Boa de Quires tiveram um destino diferente das de Vila Boa do Bispo. E o que é que sabemos, então, de Vila Boa de Quires?
Podemos dizer que esta terra era dominada pela importante família dos Portocarreiros, que, no século XIII, era proprietária do couto de Vila Boa de Quires, ou seja, que dominava o território onde se situava o então Mosteiro de Santo André de Vila Boa de Quires. Porém, este mosteiro foi perdendo a sua importância ao longo dos tempos, até que, em 1320, passou a ser simplesmente uma igreja paroquial.
Mas o facto de ser uma igreja paroquial não quer dizer que não tenha os seus encantos! Paremos em frente à Igreja. Esta fachada, com um janelão por cima do portal principal, não lhe faz lembrar a Igreja de Barrô, em Resende? E ainda se recorda do portal principal do Mosteiro de Paço de Sousa? São muito parecidos, não acha? Sobressaem logo as cabeças de bois!
Mas há mais esculturas em forma de cabeças de animais. Estando de frente para a Igreja, se for pelo lado direito vai encontrar outro portal. Aí, além de uma cabeça de boi, vai ficar surpreendido com a cabeça de um animal terrível, de boca aberta, a morder um fruto. Não se assuste!
Dê a volta à Igreja e pare junto à parede do outro lado. Olhe para cima, na direção do telhado. Já encontrou a outra cabeça de boi? Se sim, podemos entrar na Igreja.
O interior desta Igreja contrasta bem com o seu exterior. A capela-mor dá-nos bem uma ideia do conceito de “horror ao vazio”, seja pelo altar principal ou pelo teto, onde podemos ver um conjunto de pinturas com cenas do Processo e Paixão de Cristo, cujo percurso termina na pintura mural existente sobre o arco triunfal.
O interior da Igreja é fruto das campanhas de remodelação efetuadas ao longo dos séculos XIX-XX. Em finais do século XIX e inícios do século XX, a Igreja foi novamente objeto de intervenção: a nave foi ampliada e a torre sineira foi construída.
Até breve!
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