Com a visita à Capela de Fandinhães, na atual freguesia de Penhalonga e Paços de Gaiolo, entramos no concelho do Marco de Canaveses. Ao chegar junto da Capela vai ficar surpreendido. Sabe porquê? Porque esta Capela não tem nave; só tem capela-mor. É mesmo assim! Este templo, ou o que resta dele, é um exemplo da evolução das paróquias ao longo dos tempos.
Seria aqui que, durante a Idade Média, os paroquianos de Fandinhães faziam o seu culto. No entanto, o facto de estar a cerca de 500 metros de altitude, deverá ter levado a população a mudar-se para um local mais agradável, junto do vale e mais próximo da sede da freguesia de Paços de Gaiolo. Isto fez com que, com o passar dos séculos, este templo fosse perdendo importância.
O que resta desta Capela poderá ser fruto destas mudanças. Mas há muitas dúvidas em relação a este assunto. Uma dessas dúvidas é se, de facto, esta Capela terá tido alguma vez nave.
Alguns historiadores dizem que sim. O facto de agora não ter nave deveu-se à construção da igreja em Paços de Gaiolo. A população aproveitou as pedras da nave da Capela de Fandinhães para construir a nova igreja.
Outros historiadores dizem não. A deslocação da população de Fandinhães para Paços de Gaiolo levou que a construção deste templo fosse interrompida, porque já não havia interesse em terminá-la.
Apesar de não conhecermos os factos, uma visita à Capela de Fandinhães é sempre uma excelente forma de conhecer o modo de construir e de viver em tempos medievais, já que esta Capela é um bom testemunho da itinerância de formas e de artistas que tão bem caracterizou a Idade Média. E o que é que isto significa?
Quer dizer que aqui podemos encontrar algumas semelhanças com outras igrejas da Rota do Românico, como a Igreja do Mosteiro de Travanca, em Amarante, e a Igreja de Abragão, em Penafiel, mas também com igrejas de outras regiões do país, como a Igreja de São Pedro de Rates, na Póvoa de Varzim, ou ainda da zona do Porto e de Coimbra, e ainda do estrangeiro, nomeadamente da região francesa de Limousin.
Por último, não podemos deixar de destacar a chamada da atenção da Igreja Católica para o pecado da luxúria e para a necessidade de se lutar contra este vício. Sabe onde é que isto está representado? Procure uma pedra onde está um homem nu, de cócoras, mas com a mão direita nos órgãos genitais e a mão esquerda no rosto. Que vergonha!
Até breve!
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