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Rodrigo Areias propõe um regresso ao cinema “noir” nas ruas de Guimarães

O realizador Rodrigo Areias estreia hoje o filme “Ornamento e crime”, no qual convoca alguns dos ‘clichés’ dos policiais do cinema ‘noir’, tão importantes como a narrativa.

“O ponto de partida dos meus filmes é sempre plástico e só depois penso onde pôr os atores e, no final, às vezes tudo faz sentido”, contou Rodrigo Areias à agência Lusa, a propósito da forma como aborda o cinema enquanto realizador.

“Ornamento e crime” já está pronto há algum tempo, mas Rodrigo Areias não se importou de esperar vários meses pela estreia comercial: “Não tinha pressa. Esperei que o cinema Trindade [no Porto] abrisse, porque não há muitos cinemas que passem os nossos filmes [da produtora Bando à Parte]”.

O filme tem argumento de Rodrigo Areias e Pedro Bastos, direção de fotografia – a preto e branco – de Jorge Quintela e música original de Legendary Tigerman e Rita Redshoes. A história inclui um detetive, uma mulher fatal loira e outra morena, polícias, um empresário corrupto, um crime por resolver; ingredientes que compõem a narrativa policial.

O elenco conta, entre outros, com Vítor Correia, Tânia Diniz, António Durães e a atriz brasileira Djin Sganzerla.

Rodrigo Areias, que diz sonhar um dia ser “um realizador de filmes de ‘série B’”, recorda que, para ele, “o cinema é muito mais do que contar uma história. É transportar o espetador para uma viagem que tem também a ver com uma experiência de som e imagem”.

“Interessa-me isso, propor um outro universo. Não há nada de novo [nos argumentos], apenas o ponto de vista de quem conta”, disse.

Sendo a fotografia, o enquadramento dos cenários, a pose dos atores e o jogo de luzes e sombras tão importantes como o argumento, Rodrigo Areias acrescenta ainda mais dois elementos à equação: a cidade de Guimarães, onde o filme foi rodado, e a arquitetura de Fernando Távora, que marcou a chamada “escola do Porto”.

O realizador presta homenagem ao arquiteto, falecido em 2005, e de quem já tinha feito em 2013 o documentário “1960”, a partir dos diários dele.

“Nunca tinha feito um filme em Guimarães e que mostrasse a cidade para lá do bilhete-postal da ‘cidade-berço’”, disse.

Rodrigo Areias, nascido em Guimarães em 1978, junta “Ornamento e crime” a outras duas longas-metragens de ficção – “Tebas” e “A estrada de palha” -, curtas e documentários.

No entanto é mais longa a filmografia como produtor, através da Bando à Parte. “Honestamente, se pudesse produzia menos”, reconhece, embora não pareça propriamente frustrado por ser mais produtor do que realizador.

Atualmente está a produzir, por exemplo, um documentário de Pedro Sena Nunes sobre o escritor, encenador e realizador de origem checa Jorge Listopad, o filme “Caminhos magnéticos”, de Edgar Pêra, e está a terminar a rodagem, nos Açores, do seu filme “Hálito azul”, tendo previsto, para este ano, filmagens para outra ficção e uma curta.

De acordo com a Nitrato Filmes, “Ornamento e crime” estreia-se na quinta-feira no Cinema Trindade, no Porto, e no Cinema Monumental, em Lisboa.

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