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Recorde os veículos militares portugueses

Na parada do antigo regimento de infantaria de Elvas encontramos os três grandes veículos militares nacionais – um camião Berliet-Tramagal, um blindado Chaimite e um jipe UMM – perfeitamente alinhados. Parecem soldados numa formatura, segundo o Motor24.

Ali, onde hoje existe um museu militar, juntaram-se enfim para uma fotografia histórica. Além destes três, a colecção de Elvas inclui outros tantos, em diferentes versões. Uma das Chaimites da coleção, a MG-58-27, foi uma das que, em 2014, encontrámos no Kosovo, nas últimas semanas destes blindados nas missões de paz dos Balcãs. Esta, curiosamente, fez a guerra em Moçambique, a partir de Novembro de 1972. A outro canto encontramos um dos dois camiões Tramagal Turbo que sobreviveram da pré-série de cinco recebida pelo Exército português, o MX-21-29.

Durante muito tempo houve quem temesse que estas viaturas cheias de história estivessem esquecidas ou condenadas à sucata. Mas o que encontramos em Elvas é um cenário bem diferente: viaturas em exposição e, em muitos casos, a rolar e a funcionar como nos tempos das picadas de África e patrulhas dos Balcãs. O mesmo é verdade para outros tantos casos em unidades e museus do Exército, Marinha, Força Aérea e Guarda Nacional Republicana.

O segredo é que, como noutros países, os militares portugueses se aperceberam do valor do seu passado para o seu futuro, até mesmo para o recrutamento, e souberam abrir-se à sociedade civil. Em Elvas, um grupo de entusiastas da Associação Portuguesa de Veículos Militares tem vindo a recuperar, com paciência e dedicação, os velhos veículos. O grupo nasceu entre amigos e entusiastas do todo-o-terreno de Oeiras mas, hoje, está um pouco por todo o país. Organiza passeios com clássicos militares todos os anos e, todos os meses, mete-se à estrada e passa um fim-de-semana nas oficinas de Elvas.

Foi assim que recuperaram e puseram a funcionar vários veículos, como, por exemplo, um blindado White M3 A1 de quatro rodas, logo em 2012. Naquele fim-de-semana de Outubro, uma tarde excecionalmente quente, o grupo sorria, apesar do suor, com a satisfação de pegar nestas máquinas e esforçava-se nos trabalhos de capagem e pintura da torre de uma auto-metralhadora britânica Saladin Mk II, armada com uma peça de 76mm, e nos trabalhos no casco de uma Panhard AML-60, a MG-60-12, que fez parte da coluna de Salgueiro Maia.

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