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Portugal leva internet à população moçambicana

No início deste mês os investigadores do centro de investigação Fraunhofer AICOS viajaram até Mocuba e Alto Molócuè, no norte de Moçambique, onde instalaram a primeira rede SV4D, criando praças digitais em locais como escolas secundárias, universidades, autarquias locais e até mercados. O objetivo é estender a iniciativa ao resto do país e criar uma rede global de aldeias digitais através da Internet de banda larga.

Redes móveis, fibra ótica e afins são cada vez mais numerosas, e é fácil esquecer que 53% da população mundial ainda não tem acesso à internet, reduzindo assim a sua possibilidade de participação numa economia cada vez mais digital.

Para contrariar este problema, o centro de investigação Fraunhofer AICOS, com sede no Porto, está a desenvolver um projeto de nome SV4D (Sustainable Villages for Development / Aldeias Sustentáveis para o Desenvolvimento), que tem como objetivo promover o acesso universal às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e criar uma rede global de aldeias digitais através da internet de banda larga, ao recorrer a infraestruturas de baixo custo e baixo consumo energético. Diminuindo assim os efeitos da exclusão digital.

Durante a viagem a equipa instalou hardware e software customizado às necessidades destas comunidades, adaptando a tecnologia existente e reduzindo assim os custos de manutenção. Ao tirar partido das infraestruturas existentes às quais foi acrescentado um sistema que simula conetividade permanente, o projeto SV4D permite que a informação “salte de dispositivo em dispositivo” até que chegue a uma área conectada onde possa ser encaminhada para seu o destino final.

Graças ao trabalho de Waldir Moreira, André Pereira, Eduardo Pereira e Carlos Resende, em Mocuba e Alto Molócuè, existem agora centenas de pessoas com acesso gratuito à internet.

Em Mocuba, foram criadas praças digitais na Faculdade de Engenharia Agronómica e Florestal (Campus de Nacogolone – UNIZAMBEZE), no Instituto Agrário de Mocuba, na Escola Secundária de Mocuba, no Hospital Distrital de Mocuba, e nos edifícios da Administração do Distrito e Conselho Municipal.

Em Alto Molócuè, há neste momento pessoas ligadas à rede na Escola Secundária Geral da Pista Nova, no Instituto de Formação de Professores de Alto Molócuè, no Mercado Central, e igualmente em edifícios da Administração do Distrito e Conselho Municipal.

O objetivo deste projeto visa a diminuição dos efeitos da exclusão digital, o desenvolvimento de serviços que respondam às necessidades do utilizador Moçambicano, e a identificação de modelos de negócios direcionados à sustentabilidade destas aldeias digitais.

Liderado pelo Fraunhofer AICOS, este projeto conta com o apoio do FSAU – Fundo do Serviço de Acesso Universal do INCM – Instituto Nacional das Comunicações de Moçambique, e da ARCTEL-CPLP – Associação de Reguladores de Comunicações e Telecomunicações da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa. 

A Fraunhofer Portugal tem como missão promover a investigação aplicada com o intuito de fomentar o desenvolvimento económico e, simultaneamente dar resposta a um conjunto de necessidades da população. É uma associação sem fins lucrativos, reconhecida pelo Estado Português como Pessoa Coletiva de Utilidade Pública. Com sede no Porto, foi criada em 2008 pela Fraunhofer-Gesellschaft, a maior organização de investigação aplicada da Europa, e pela Câmara de Comércio e Indústria Luso-Alemã.

A missão da Fraunhofer Portugal materializa-se, atualmente, através do centro de investigação Fraunhofer Portugal Research Center for Assistive Information and Communication Solutions (AICOS), localizado no Porto e surgido em 2009 no seguimento de uma parceria entre a Sociedade Fraunhofer (Fraunhofer-Gesellschaft), a Fundação para a Ciência e a Tecnologia e a Universidade do Porto. Com uma equipa de cerca de 80 investigadores contratados e uma carteira de clientes de diversas áreas de negócio como a saúde, agricultura, retalho ou energia, o AICOS apresenta competências consolidadas nas áreas de: Design centrado no utilizador, Inteligência artificial, e Sistemas ciber-físicos.

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