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Portugal exporta moedas de dois euros para a Irlanda

A 1 de janeiro de 2002 o euro era posto em circulação em Portugal sob a forma de notas e moedas, substituindo o escudo nas compras do dia a dia. Apenas quatro anos depois, em 2006, o Banco de Portugal fazia a sua última encomenda de novas moedas de dois euros à Imprensa Nacional Casa da Moeda (INCM). Desde aí, não voltou a pedir a cunhagem de mais moedas nacionais desta denominação, segundo afirma a revista Visão.

Há um excedente de moedas de dois euros em circulação em Portugal, que se tem acumulado na última década. Não só porque os portugueses reduziram o uso dessas moedas na realização de pagamentos, mas também porque houve uma “forte migração” destas moedas para Portugal, nomeadamente por via do turismo. A justificação é dada pelo Banco de Portugal no seu boletim anual Notas e Moedas.

Apesar de nos últimos dois anos a tendência se ter invertido ligeiramente, há mais de uma década que continua a haver excedentes da moeda em circulação em Portugal. Ao Banco de Portugal continuam assim a regressar estas moedas “numa quantidade significativamente superior à colocada em circulação,” lê-se no boletim. Já as outras denominações continuam a ser regularmente produzidas pela INMC.

As moedas de dois euros em circulação no País são as que apresentam maior peso de moedas de face “estrangeira”, com origem fora de Portugal. No ano passado, das 2 400 moedas desta denominação analisadas pelo Banco de Portugal em circulação, só 10,6% tinham face “nacional”, correspondendo os restantes 89,4% a moedas de face “estrangeira”, vindas sobretudo da Alemanha, Espanha e França, os membros do euro líderes na geração de receitas turísticas para o País. Um valor acima da média para a generalidade das moedas em circulação no País: em 2017, 53,3% das 19 200 moedas analisadas (com valores entre um cêntimo e dois euros) tinham face “estrangeira”.

Para equilibrar as existências o Banco de Portugal não só deixou de fazer novas encomendas de moedas de dois euros, como recorreu nos últimos anos a acordos com bancos homólogos para a troca de denominações. E que já tornaram Portugal “exportador” de moedas de dois euros para a Irlanda e para a Eslováquia, levando a movimentar milhões destes valores nos últimos meses entre os três países.

 

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